A proposta de greve foi aprovada no ato de mobilização realizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes na manhã desta quinta-feira, 21 de outubro, na região sul de São Paulo, com a participação de trabalhadores e trabalhadoras de mais de 60 fábricas metalúrgicas da região sul e oeste da capital, de dirigentes sindicais da Força Sindical e de outras centrais e de representantes de outras categorias.
“Queremos um aumento digno para os trabalhadores, condizente com o crescimento econômico do País. Se não tivermos uma proposta satisfatória, iremos à greve a partir da primeira semana de novembro. Nós vamos mostrar ao setor patronal a força de nossa mobilização”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato.
Vale ressaltar que o comando de negociação da Campanha Salarial tem mantido reuniões com os vários grupos patronais, mas, até agora, depois de 40 dias de negociação, ainda não recebeu nenhuma proposta decente.
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, voltou a criticar a afirmação do Banco Central de que os aumentos salariais podem provocar uma expectativa inflacionária. “Vamos continuar mobilizados e, se for preciso, vamos à greve para que todos os trabalhadores metalúrgicos tenham aumento real de salário. Além disto, estamos mobilizados pela continuidade da política permanente de valorização do salário mínimo e das aposentadorias e de ampliação dos direitos trabalhistas e sociais no País”.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, ressaltou que só com mobilização se consegue ampliar as conquistas sociais e econômicas. “Este ato na região sul foi muito significativo, pois a categoria metalúrgica é uma referência para as demais categorias e, ao conquistar um aumento real salarial digno, ajuda a economia girar e gerar emprego e bem-estar social”.
Geraldino, diretor do Sindicato e da CNTM, defendeu um aumento salarial condizente com o crescimento econômico do País e disse que, se for preciso, a categoria estará mobilizada para ir à greve para exigir seus direitos e continuar sendo parâmetro de lutas e conquistas para todo o País.
Elza Pereira, diretora de finanças do Sindicato, destacou a união da categoria neste momento importante de campanha salarial e de eleições. “O momento é propício para a conquista do aumento real e para eleger quem representa a continuidade das conquistas sociais no País”.
Arakém, secretário-geral do Sindicato, avalia: “defendemos a construção de um País com trabalho decente para todos. Vamos, portanto, com força total para conquistar o aumento real e garantir uma vida melhor para a família metalúrgica”.
A categoria reúne cerca de 800 mil trabalhadores no Estado, filiados à Federação dos Metalúrgicos do Estado e à Força Sindical, com data-base em 1º de novembro.
Sobre as eleições
O ato também teve um tom político. Todos os sindicalistas presentes manifestaram apoio à Dilma Roussef para a Presidência da República e em defesa do desenvolvimento econômico, com geração de emprego, distribuição de renda e inclusão social.
Paulinho da Força agradeceu os trabalhadores pela sua reeleição a deputado federal e disse que vai continuar a luta parlamentar em defesa dos interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional. Ele citou, por exemplo, a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, a garantia dos direitos dos trabalhadores e a licença-maternidade de 180 dias.
Paulinho também defendeu Dilma Roussef para a Presidência. “O movimento sindical e a classe trabalhadora obtiveram avanços importantes no governo Lula e, se elegermos um inimigo dos trabalhadores, vamos perder os direitos conquistados com muita luta e mobilização”.
PRÓXIMO ATO
O próximo ato de mobilização da Campanha Salarial dos metalúrgicos será no dia 26 de outubro, terça-feira, às 8h30, em frente à metalúrgica Valtra, em Mogi das Cruzes.
REIVINDICAÇÕES
Reajuste salarial, aumento real (acima da inflação), combate à demissão imotivada, redução da jornada de trabalho, valorização do piso salarial, qualificação profissional e licença-maternidade de 180 dias, entre outras.
Por Assessoria de Imprensa
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Fotos de Tiago e Jaélcio Santana
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