Simone Menocchi
A Volkswagen anunciou ontem a dispensa de 150 funcionários temporários da fábrica de Taubaté (SP), cujos contratos vencem entre este mês e o próximo. Dos outros 650 trabalhadores que também tinham contratos temporários com essa unidade, 450 foram efetivados e 200 tiveram o contrato renovado por 8 meses. Na fábrica de São Bernardo do Campo, a companhia convocou, também ontem, 5,6 mil trabalhadores para fazer hora extra amanhã.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, ligado à CUT, anunciou um acordo com a empresa que inclui banco de horas. Foram dez dias de negociações até o acerto, que será levado a assembleia, na segunda-feira. O banco de horas permite à empresa reduzir a jornada na fábrica de Taubaté em até 25 dias nos próximos 12 meses, sem corte no salário.
Para o sindicato, o acordo deixa claro existirem alternativas de combate à crise internacional, com garantia de emprego dos trabalhadores e sem redução de salários, como prega a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Essa proposta que será apresentada aos trabalhadores é uma grande conquista dos metalúrgicos de Taubaté, da CUT e da região”, disse o presidente do sindicato, Isaac do Carmo.
O gerente executivo de Relações de Trabalho da Volkswagen, Nilton Júnior, diz que o mercado de veículos está bastante instável e o banco de horas dará flexibilidade à produção. Quanto à convocação dos trabalhadores para fazer hora extra, isso não significa que a crise do setor tenha sido revertida, diz o executivo. Em dezembro, a fábrica do ABC estava em férias coletivas e, por isso, alguns modelos estão faltando agora. “É apenas um ajuste.”