Com objetivo de evitar fraudes no recebimento da aposentadoria, todos os anos os segurados são convocados pela Previdência para apresentar prova de que estão vivos nas agências onde recebem o benefício.
Obrigar homens e mulheres com idade avançada a sair de casa, enfrentar trânsito e filas intermináveis para recadastrar a senha bancária é um mecanismo antigo. Ao invés de criar medidas que facilitem a vida desses aposentados, tendo em vista os avanços tecnológicos, a Previdência insiste em manter este sistema ultrapassado e sacrificante, sem levar em consideração que muitos aposentados são portadores de doenças ou possuem certas limitações de locomoção.
Muitos brasileiros ainda lembram do triste episódio que aconteceu em 2003. Na oportunidade, o então ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, decidiu suspender o pagamento do benefício para os segurados com 90 anos ou mais que recebiam pensões e aposentadorias por mais de três décadas. As longas horas nas filas provocaram tumulto e desmaios em milhares de aposentados.
Reconhecemos que existem sim, pessoas criminosas que continuam recebendo um beneficio em nome de um segurado que não está mais vivo, porém, o Governo tem condições suficientes para criar um dispositivo que informe, automaticamente, se a pessoa já veio a falecer.
Esta informação poderia ser repassada ao Ministério da Previdência, através dos registros de óbitos efetuados nos Cartórios do país. Sendo assim, os idosos não precisariam ser submetidos a esta triste burocracia e o INSS teria as informações atualizadas em tempo real quando precisasse suspender o depósito do benefício.
Por Raimundo Nonato Roque de Carvalho
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco
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