Sem cargas para transportar, frotistas e caminhoneiros deixaram de adquirir caminhões novos. As vendas desses veículos no primeiro bimestre caíram 20,5% ante igual período de 2008 e somaram 12.769 unidades. Em fevereiro, houve pequena reação, com aumento de 1,5% ante janeiro. Assim como os automóveis, o setor foi beneficiado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mas a reação dos clientes não foi a mesma. Grandes frotistas não estão renovando a frota, justifica o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider.
Outra medida anunciada pelo governo, a de ampliar de 80% para 100% o financiamento de caminhões com recursos do BNDES “foi anunciada, mas ainda não liberada”, diz Schneider.
A produção teve queda de 36,3% em janeiro e fevereiro, para 14.443 caminhões. As montadoras paralisaram a produção nesse período. Na Mercedes-Benz e na Ford, ambas em São Bernardo do Campo (SP), e na Volkswagen/MAN em Resende (RJ), 11,3 mil funcionários que estavam em férias coletivas retornaram ao trabalho neste mês.
As exportações também despencaram no primeiro bimestre. Só 1.754 caminhões foram vendidos ao exterior, uma queda de 63,9% ante 2008. CLEIDE SILVA