Na maior feira de máquinas para o setor da América Latina, a Agrishow, realizada no início do mês em Ribeirão Preto (SP), o otimismo dos fabricantes confirmou-se com os números: a edição deste ano registrou R$ 1,5 bilhão em negócios com máquinas e implementos agrícolas, crescimento de 30% em relação a 2010 – que já era considerado bom pela indústria.
Além disso, estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) dão conta de que este ano o segmento deve crescer 15% em relação ao anterior. Com a busca cada vez maior pelos mais variados produtos, desde tratores e colhedoras até implementos como adubadoras, plantadoras e pulverizadores, há receio no setor sobre a capacidade instalada para atender pedidos até o início da próxima safra de verão, no fim do ano.
“Essa indústria não costuma trabalhar com estoques; fabrica conforme a demanda”, diz o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Celso Casale. “Ou, pelo menos, se o volume de pedidos for elevado, pode ocorrer de o produtor ter de esperar um prazo maior para receber o equipamento”.
Por acreditar no firme crescimento do setor e justamente para evitar um “apagão” agrícola, as grandes fabricantes estão se movimentando para ampliar seus parques produtivos. A John Deere, líder em colhedoras de grãos no País, estuda áreas para a instalação de uma nova fábrica.
O diretor de Relações Institucionais para a América do Sul da empresa, Alfredo Miguel Neto, afirma que a empresa, que faturou 25% a mais no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2010, anunciará em breve aportes nesse sentido. A empresa fabrica, além de colhedoras de grãos e de cana-de-açúcar, tratores e implementos nos municípios gaúchos de Montenegro e Horizontina e em Catalão (GO).