Apontando a maturidade do movimento sindical mineiro, o presidente nacional da Força Sindical e da CNTM, Miguel Torres, destacou a unidade resultante da Reunião do Conselho Estadual da Força Minas, realizada em 07/11, no auditório do Clube dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte. O evento marcou a posse de Vandeir Messias em lugar de Luiz Carlos Miranda, fato que, nas palavras de Torres, “permite o reagrupamento da Central e acena para nova fase de organização no estado”.
O sindicalista focalizou o momento de crise que sinaliza dificuldades para os trabalhadores, em 2015, ao se referir à perda de representação da chamada bancada sindical, conjuntura que deve ser encarada de forma organizada, uma vez que a bancada progressista já era minoria na legislatura que finda em 2014. De um número ao redor de 70 deputados federais, a bancada foi reduzida a 44, enquanto o bloco de representantes patronais era composta por 273 deputados.
Miguel Torres ponderou que, mesmo assim, a força de mobilização do sindicalismo pressionou o Congresso Nacional e que tal postura deva ser mantida e que seja compense a diminuição de parlamentares comprometidos com as bandeiras trabalhistas.
Danilo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical de São Paulo, vislumbrou grande desafio para os trabalhadores e atribuiu relevância à posse de Vandeir Messias, na medida em que pode servir de base para unificar as entidade sindicais em Minas. Também presidente da Federação dos Químicos de São Paulo, o dirigente vê no desempenho das regionais da Central uma alternativa compensatória à perda de representação no Congresso Nacional. Para ele, o diálogo sobre a Agenda Trabalhista encontrou dificuldades, em razão da postura da presidente Dilma, mas acredita que a mensagem que veio das urnas tenha sido compreendida pela chefe do executivo.
No entender de Danilo Pereira da Silva, a expressão da Força Minas foi afirmada na presença do presidente nacional da Força, Miguel Torres, pessoalmente empenhado pelo entendimento.
Maria Auxiliadora dos Santos, que preside o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Instrumentos Musicais e de Brinquedos de São Paulo e dirige a Secretaria Nacional de Política para as Mulheres da Força Sindical, visualizou um período de trabalho árduo para o presidente Vandeir Messias, no qual se incluem a atração de novos filiados para a Central e atue de forma unificada com outras centrais, de maneira a enfrentar a aproximação da crise mundial. Ela defendeu a realização da reforma política, sob pena de os trabalhadores não conseguirem eleger candidatos, visto os valores vultosos dos custos de campanha, que favorecem os candidatos do poder econômico. Sobre o apelo da presidente Dilma Rousseff de que haja diálogo, Auxiliadora acredita que somente escutando o movimento social o governo poderá evoluir, com definição clara de competências das esferas federais, estaduais e municipais.
Eunice Cabral, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados (Conaccovest) saudou o ato de conclusão do congresso estadual da Força Minas, realizado em 14/06/13, no qual estava prevista a posse de Vandeir Messias no segundo semestre de 2014. Ela atribui importância ao fato face à posição avessa do Congresso Nacional aos pleitos trabalhistas e que põe a mobilização na ordem do dia, na defesa de direitos adquiridos e que combata processos como a terceirização e o fator previdenciário. A líder sindical vê a necessidade de afirmar a continuidade da política de valorização do salário mínimo e de lutas como a redução da jornada de trabalho, assim como o projeto de lei que trata da igualdade entre mulheres e homens e o Pano Brasil Maior, composto por medidas como a desoneração da folha de pagamento.
Herbert Passos Filho, secretário nacional do Setor Químico da Força e secretário nacional de Meio Ambiente da Central, ressalvou a posse de Vandeir Messias como fato motivador, pela capacidade de promover a unidade em uma conjuntura de acentuada dicotomia nacional. Passos afirmou a necessidade de os trabalhadores estarem juntos, inclusive na questão ambiental, quando o Brasil enfrenta um período atípico de seca, com influência na perda de produtividade do setor industrial. Segundo disse, a presidente Dilma terá de reconquistar a confiança perdida dos trabalhadores, “conforme foi comprovado nas eleições”. Sem dialogar – disse o secretário – a presidente perdeu muito do apoio que possuía. “A reconquista depende dela, pois o trabalhador está sempre disposto ao diálogo”, afirmou.