Os números, índices, estatísticas e dados apontam sempre para a mesma direção: o mercado de trabalho faz diferença entre mulher e homem quando o assunto é a remuneração, além disso, o mercado de trabalho remunera menor pessoas negras. Agora, junte mulher e negra que você encontrará os menores salários pagos. Os dados que demonstram isso são inúmeros e vem de diversos centros de pesquisas, governamentais ou não.
A proposta não é discorrer sobre estatísticas e sensibilizar com números, embora sejam importantes para demonstrar a realidade da sociedade, mas apontar que as mulheres negras têm que ser valorizadas por serem trabalhadoras.
Se a mulher negra ou não realiza atividades igual a de um homem é preciso receber o mesmo valor por aquilo que suas mãos produziram. Este discurso não é de choradeira ou de mimimi, é o discurso de justiça e igualdade.
As mulheres vêm ao longo do ano galgando seu espaço na sociedade, e de uma certa maneira passos largos já foram dados, mas é preciso caminhar mais e, chegar ao patamar onde não será gênero ou a cor de pele que determine o quanto vale o seu trabalho.
Por isso, é válida a preocupação de que a reforma trabalhista, que retirou proteções básicas para o trabalhador, acabe por agravar o cenário para a mulher negra no mercado de trabalho.
É preciso que as mulheres e negras tenham garantias de que ao sair de casa poderão exercer suas atividades com dignidade e reconhecimento, qualquer coisa ao contrário disso é retrocesso.
Maria Rosângela Lopes
presidente do SINDVAS
Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Sapucaí/MG