“Historicamente, o sindicalismo brasileiro reconhece e reafirma o valor da união. Isso ocorre de forma cíclica, toda vez que a democracia é atacada ou os direitos e garantias trabalhistas correm risco.
A partir da Conclat (Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras), em 1981, o movimento sindical fortaleceu a unidade na luta. Essa consciência possibilitou resistir aos ataques do governo militar e também criou condições para a participação decisiva da classe trabalhadora na linha de frente das memoráveis jornadas pela redemocratização.
Poderia apontar outros momentos de forte unidade, como a Conclat, em junho de 2010, quando milhares de dirigentes aprovaram, no estádio do Pacaembu, a Agenda da Classe Trabalhadora por Desenvolvimento, Emprego e Direitos. Em dezembro de 2015, houve outro forte gesto de unidade, ocasião em que o sindicalismo – junto com entidades do setor produtivo – aprovou o documento Compromisso pelo Desenvolvimento. Se as linhas gerais daquele documento tivessem sido adotadas pelo governo e Congresso Nacional, não estaríamos vivendo uma crise tão forte.
Recentemente, nosso movimento sofreu os efeitos da grave crise política e da grave recessão que atinge os brasileiros. Naturalmente, essa conjuntura causou algum tipo de desorientação e divergência em nossas fileiras. Mas o que nos une sempre foi maior.
Por isso, parabenizo a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, por emprego e direitos, realizada ontem (26), em São Paulo, pela Força Sindical, CUT, UGT, CTB, Nova Central e CSB. O evento foi uma demonstração de unidade e, principalmente, de compromisso com o crescimento econômico, os diretos e a justiça social.
Saúdo, também, os encaminhamentos que apontam para um forte e necessário ativismo sindical. O empresariado pode defender as bandeiras de seu interesse, mas não será sem enfrentar resistências da classe trabalhadora. O governo interino e o Congresso Nacional que fiquem atentos: o sindicalismo não vai barganhar direitos nem negociar conquistas que representem retrocessos para trabalhadores da ativa e aposentados. Aceitamos sempre o diálogo, mas que sejam conversas construtivas, porque é pra frente que se anda”.
José Pereira dos Santos
Presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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