Medida vai valer por mais três meses para ajudar setor a se recuperar
Eliane Oliveira e Gustavo Paul
BRASÍLIA. O governo pretende prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis por mais três meses, condicionando a extensão do benefício à manutenção dos empregos pelas montadoras.
A ideia é fechar o semestre com o benefício, dando continuidade a um forte movimento de recuperação do setor automotivo que, segundo fontes, apresentará este mês um nível de produção semelhante ao registrado em março de 2008, em torno de 245 mil unidades.
A alíquota para os automóveis de mil cilindradas foi zerada em dezembro (era de 7%). Para os de mil a 2000 cilindradas, a alíquota caiu à metade, de 13% para 6,5% (gasolina) e de 11% para 5,5% (álcool/flex).
Um dos argumentos apresentados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a favor da prorrogação é que, para o setor automotivo – que vinha puxando a economia brasileira em 2008 -, o tombo foi grande.
As montadoras, explicou um técnico, tinham a perspectiva de continuidade do crescimento do volume produzido, que poderia chegar a 3,5 milhões.
Montadoras já estariam revendo demissões As informações que têm chegado ao governo é que as montadoras já estariam de fato revendo planos de demitir funcionários, à exceção dos terceirizados, e reabrindo turnos de produção fechados no auge da contração, como ocorreu com a Volkswagen em fevereiro.
A produção tem reagido. No primeiro mês do ano, as vendas de automóveis novos cresceram 5,1% sobre dezembro, para 158.255 unidades. Sobre janeiro de 2008, as vendas caíram 6,7%.
Em fevereiro, segundo a Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos (Fenabrave), a recuperação continuou. Houve alta de 0,85% sobre janeiro e uma recuperação também sobre fevereiro de 2008, com um aumento de 0,15%.
O Fisco projeta uma renúncia fiscal de R$ 1 bilhão na redução do IPI incidente sobre automóveis.
O desconto estava previsto inicialmente para vigorar até o próximo dia 31.