Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Um projeto para mudar o Brasil e a Amazônia


Encontro Unificado da CNTM, FITIMN e Força Sindical/PA

No dia 3 de maio, a FITIMN, em conjunto com a Força Sindical do Pará e a CNTM, fez um encontro no Hotel Sagres, em São Brás, em Belém, para debater os rumos do movimento sindical e a formulação de um projeto de desenvolvimento para a região norte com a valorização do trabalho.

O encontro contou com a presença de Carlos Lacerda, Secretário para Assuntos Parlamentares da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Ivo Borges, Presidente da Forca Sindical / PA, Sulivan Santa Brígida, Presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores Metalúrgicos da Região Norte / FITIMN, Edivaldo Guimarães (Macarrão), Secretario da Região Norte da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Lucio Maciel e Josenildo, do SIMETAL de Barcarena, Rosivaldo Costa do Nascimento, SIMETAL de Castanhal, Andir Manoel Cardoso, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Bebidas em Geral, Águas Minerais do Pará, além de diversos sindicatos e diretores da Força Sindical do Pará.

Na abertura do encontro, o Secretário para Assuntos Parlamentares da CNTM, Carlos Lacerda, discorreu sobre as comemorações dos 20 anos da Força Sindical e a proposta de comemoração do aniversário na região norte, a exemplo do que ocorreu em São Paulo – SP, em que a Força homenageou diversas personalidades que no decorrer de duas décadas contribuíram com o fortalecimento dos direitos dos trabalhadores, como políticos, intelectuais e lideranças.

O Secretário também fez um balanço da representação sindical da região Norte, apontando os avanços na ampliação e luta pelos direitos dos trabalhadores e o crescimento de inúmeros sindicatos nos estados da Amazônia legal que se integram ao projeto de mudança do Brasil da Força Sindical. Os representantes sindicais foram convocados para dialogar e trazer mais sindicatos para o projeto da Força sindical.

Lacerda comentou os grandes investimentos realizados na Amazônia, como hidrelétricas (Jirau e Santo Antônio – RO, e Belo Monte – PA), as Eclusas de Tucuruí – PA, dentre tantas outras, que transformaram o Norte em um grande canteiro de obras e, por conseguinte, gerando desenvolvimento e inúmeros empregos para região, que carece de investimentos por parte do poder público.

Para Lacerda, os dirigentes sindicais devem estar atentos e preparados para lutar contra as infrações contra os direitos dos trabalhadores e a melhoria da sua qualidade de vida, intensificando o debate para valorização do trabalho. Como exemplo, lembrou o ocorrido no triste episódio de Jirau (RO), onde os trabalhadores se revoltaram contra a falta de infraestrutura e melhores salários, visto que a empresa, simplesmente deixou os trabalhadores no meio da floresta para executar as obras da hidroelétrica.

Encerrando sua exposição, Lacerda fez um chamado a todos os dirigentes para construção de um projeto para fortalecer a região norte, deixando as intrigas regionais de lado e prestigiando o desenvolvimento regional da Amazônia como um todo, assim como já fazem outras regiões brasileiras, em especial o sudeste e o sul do país.

Ivo Borges, presidente da Força Sindical do Pará, fez um balanço geral de sua gestão à frente da Central no estado, mostrando o avanço da Força no meio sindical paraense em diversas categorias, como a da construção pesada, a indústria de alimentos e diversos sindicatos de servidores públicos, demonstrando a forte adesão ao projeto da central por parte do movimento sindical paraense.

Borges comentou sobre a articulação que faz com a Força Sindical Nacional e a CNTM em busca de recursos para formação de dirigentes sindicais, visto o grande número de novos dirigentes de sindicatos que precisam se qualificar para melhor defesa dos direitos dos trabalhadores, bem como a qualificação profissional no estado do Pará.

O presidente da Força Sindical do Pará aproveitou para convocar todos para o Congresso Estadual da Força, que acontece no dia 13 de maio. Ivo, que é candidato à recondução de mais um mandato, destacou sua incansável luta para unidade da central, conversando com todos os segmentos na construção de uma chapa de unidade que contemple a todos que constroem a Força Sindical no estado. Atitude que tem uma adesão unânime por todos os sindicatos e federações com quem conversa, fruto da seriedade de seu trabalho à frente da Central e sua luta pelos direitos dos trabalhadores ao longo de sua história.

Edivaldo Guimarães (Macarrão) Secretário da Região Norte da CNTM, dividiu com todos a sua preocupação a respeito dos rumos da política de qualificação profissional na região norte, em especial o Pará, que hoje vive um grande momento de sua história por conta dos grandes projetos na área mineral e de infraestrutura, não vê ações mais propositivas de Estados e Municípios para debater a questão.

Guimarães considera que apenas o Sistema “S” e o Programa Nacional de Qualificação – PNQ, do Ministério do Trabalho e Emprego, não é suficiente para a demanda exigida pelas indústrias que se instalam na região. Esta situação vem preterindo os trabalhadores da região norte em favorecimento aos de outras regiões, em especial os do sul e sudeste, que têm melhor qualificação profissional e, por conseguinte, ficam com as melhores e mais bem remuneradas funções nas indústrias e empresas na região norte, particularmente o Pará.

No encerramento do encontro, Sulivan Santa Brígida, Presidente da FITIMN, fez uma autocrítica a respeito do movimento sindical na região Norte e no Brasil, considerando a necessidade de atualizar o movimento sindical aos novos paradigmas da sociedade moderna e ao mundo do trabalho, o que exige dos dirigentes sindicais uma nova postura em relação à melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.

Para Santa Brígida, o movimento sindical ficou “sem pés”, do ponto de vista ideológico, com a derrota do socialismo para o capitalismo, marcada pela queda do muro de Berlim. Contudo, o sindicalismo ainda mantém antigas bandeiras que estão desatualizadas na conjuntura da sociedade atual, especialmente no mundo do trabalho, que tem como consequência o distanciamento entre os sindicatos e os trabalhadores, que não conseguem estabelecer pontos de convergência entre a forma de participação e atuação.

Assim, o presidente da FITIMN propôs um debate sobre o Plano de Desenvolvimento Regional da Amazônia – PDRA, desenvolvido pela SUDAM, pelo movimento sindical da região Norte, no sentido de esclarecer os dirigentes sindicais na construção de uma proposta mais atualizada com realidade da sociedade moderna para melhoria de vida do trabalhador amazônida, com desenvolvimento sustentável como nova bandeira do sindicalismo que está atento às mudanças sociais e se preocupa em estar mais próximo dos anseios dos trabalhadores.

Sulivan acrescentou ainda que a Força Sindical deva encampar esse debate, incentivando todos os sindicatos filiados a participarem da discussão a respeito do PDRA como forma de subsidiar uma proposta do movimento sindical para o desenvolvimento do Brasil e a Amazônia, visto que a região norte não pode ser mais considerada separadamente da matriz do desenvolvimento nacional.

Ao encerrar, o presidente da FITIMN esta providenciando uma audiência com o governador Simão Jatene para debater as questões relacionadas às políticas de qualificação no estado, as comemorações dos 20 anos da Força Sindical e o congresso Estadual da Central do dia 13 de maio.