Federação Metalúrgicos SP
Por Francisco Sales, Chiquinho*
“A última edição da Revista Isto É, de 17 de março de 2010, traz uma declaração do Deputado Nelson Marquezelli (PTS-SP) que representa uma afronta e um desrespeito à classe trabalhadora brasileira.
Marquezelli, que é contra a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais no Brasil, diz que “se o projeto for aprovado na Câmara, as quatro horas serão desperdiçadas no bar, na academia ou simplesmente em casa”. Para o deputado, o ideal é trabalhar mais e qualificar-se para ganhar mais.
Uma declaração absurda como essa chega revoltar qualquer pai de família. Do ponto de vista social, reduzir a jornada para 40 horas semanais humanizará as relações de trabalho; melhorará a qualidade vida do trabalhador, uma vez que terá mais tempo para ficar com sua família, acompanhar o desenvolvimento dos filhos, terá mais tempo para o lazer (o que é necessário para todo ser humano).
Com a redução o trabalhador terá mais tempo para se qualificar profissionalmente. Marquezelli também defende que o trabalhador tem de se qualificar para ocupar melhores cargos, mas fica a pergunta: como um pai de família trabalho 44 horas semanais, tendo que participar das ações da sua casa, tem tempo para estudar?
Outro ponto importante. Segundo dados do Dieese – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, a redução geraria 2,2 milhões de novos postos de trabalho no Brasil.
Como vereador, propus uma moção de repúdio à declaração de Marquezelli, a qual foi acatada por todos da Câmara. No entanto, apenas os vereadores Débora Ventura, Adilson Guisso e Francisco Tucá assinaram a moção.
Somente um político retrógrado e que desconhece a realidade do povo brasileiro poderia dar uma declaração extremista de que a redução proporcionaria sim a ociosidade improdutiva ao trabalhador. Talvez, para pessoas como Marquezelli, que não sabem e nunca souberam o que é dar duro numa linha de produção podem dizer uma barbaridade como essa.
Nas entrelinhas de sua declaração, o Deputado insinua que todo trabalhador almeja uma carga de trabalho menor para ficar sem fazer nada. Isso é uma afronta e um total desrespeito com todas as pessoas que, diariamente, lutam para sustentar suas família e o nosso País”.
* Francisco Sales, o Chiquinho, é vereador em Mococa-SP e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de SP
Ricardo Flaitt
Assessoria de Imprensa da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo www.federacaodosmetalurgicos.org.br
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