As Centrais Sindicais, com apoio de entidades do movimento popular, realizaram um grande ato nacional, dia 11 de julho. O Dia Nacional de Luta, com Greves e Mobilizações, aconteceu nos 27 Estados, nas 27 Capitais e em centenas de cidades. Em Guarulhos, o ato foi forte, com grande adesão dos trabalhadores, especialmente da categoria metalúrgica.
A manifestação visou reforçar a Pauta Trabalhista e as bandeiras aprovadas na Conclat, em 2010 (jornada de 40 horas, fim do Fator Previdenciário, combate às terceirizações etc.). Antes do protesto em 11 de julho, as Centrais já haviam mobilizado mais de 50 mil manifestantes em Brasília, dia 6 de março, na 7ª Marcha da Classe Trabalhadora a Brasília.
Na 7ª Marcha a Brasília, em março, além de ocupar as ruas da Capital, o sindicalismo foi recebido pela própria Dilma, além dos presidentes do Senado, Câmara e Supremo, Renan Calheiros, Henrique Alves e Joaquim Barbosa. Marchamos, reivindicamos, conversamos. Mas pouco se avançou.
A saída foi realizar o Dia Nacional de Luta, em 11 de julho, com as mais variadas formas – fábricas paradas, fechamento do comércio, paralisações de ônibus, metrôs e trens (em diversas Capitais), greves em portos e em obras do PAC, fechamento de estradas, ocupação de viadutos, entre outras manifestações.
Nosso movimento não foi contra o governo. Também não era contra uma empresa ou grupo econômico. Fizemos um ato para reafirmar que os trabalhadores têm uma pauta e que as leis de nosso interesse não podem mais ser travadas pelo Congresso Nacional, quando matérias de interesse patronal andam aceleradamente.
O Brasil, apesar do ritmo lento da economia, vem crescendo. As negociações coletivas estão obtendo aumento real de salário. Os acordos de PLR crescem e distribuem melhor a renda. Nosso país reduziu, em muito, a mortalidade infantil; a longevidade do brasileiro aumentou; programas como o Bolsa Família, o Luz Para Todos e o Minha Casa, Minha Vida trazem melhorias efetivas para a vida do nosso povo.
Temos graves problemas, na Saúde, no Transporte e no sistema político. E eles precisam ser enfrentados, com vigor. O movimento sindical tem esse compromisso. Tanto que, aqui em Guarulhos, a manifestação também cobrou mais verbas para a Educação, a Saúde e metrô.
A Pauta Trabalhista, que defendemos nas Marchas a Brasília e nos atos públicos, não ignora os avanços. Mas indica que podemos avançar nas questões trabalhistas. E mais: que o Brasil pode ser mais justo, a Educação deve ser melhor, a Saúde tem de ser um direito efetivo. Ou seja, que o Estado precisa cumprir seu papel.
Fomos às ruas, paramos fábricas, fizemos nosso movimento. Faremos de novo, se precisar.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgicoblogspot.com.br