Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Turno fixo com os dias contados na Usiminas

IPATINGA – O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa) e a Usiminas fecharam na última sexta feira (11), após diversos impasses, o acordo salarial referente ao ano de 2009. Como parte do processo que levou o Sindipa a instaurar Dissídio Coletivo no início deste ano, um dos mais importantes pontos acertados entre empresa e sindicato foi o fim do Turno Fixo, que vinha sendo praticado há quase dois anos na empresa. A jornada de seis dias consecutivos em um único horário será extinta no próximo dia 1º de setembro.

Segundo o presidente em exercício do Sindipa, José Soares Teixeira, a entidade sempre buscou reverter este horário, considerado sacrificante para os trabalhadores e a sua família. Neste período, várias pesquisas foram feitas junto à categoria e deixaram clara a insatisfação dos metalúrgicos de Ipatinga com o horário de Turno Fixo. Inúmeras tabelas alternativas de horário foram montadas a partir das sugestões dos trabalhadores e apresentadas como opção para a Usiminas, que até o mês passado, ainda sobre a presidência de Marco Antônio Castello Branco, insistia em ignorar os apelos da categoria.

“Agora, graças à capacidade de negociação da diretoria do Sindipa e ao apoio recebido dos trabalhadores, o Turno Fixo será extinto, o que significa uma importante vitória para a família metalúrgica”, explica José Soares Teixeira.

Além do fim do Turno Fixo, o acordo fechado no último final de semana, que também é válido para a Unigal e Usiroll, garante correção de 4,18%, com aumento real de 1%; compensação salarial de R$ 1.100; fim do cartão de ponto no horário de almoço; férias em dois períodos e retorno dos exames complementares.

De acordo com o sindicalista Luiz Carlos Miranda, que está licenciado da presidência do Sindipa para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa, foi necessário que o novo presidente da Usiminas, Wilson Nélio Brumer, compreendesse o problema para que isso acontecesse. “E é assim que as coisas devem ser: buscamos sempre a negociação pacífica quando foi possível e lutamos o bom combate quando foi preciso. O importante é que o trabalhador seja valorizado e respeitado pela empresa, e o nosso papel é fazer com que isso aconteça”, afirmou Luiz Carlos.

Entenda o caso

03 de novembro de 2008 – a Usiminas implanta o turno fixo, apesar de um acordo assinado com o sindicato que previa a manutenção do turno de revezamento até agosto de 2009. A partir daí, o Sindipa iniciou uma incessante luta contra a medida da empresa.

20 de agosto 2009 – o Sindipa inicia a campanha salarial 2009, e em 28 de agosto do mesmo ano entrega a pauta de reivindicações para a Usiminas e empreiteiras, na qual pedia, entre outros itens, aumento real e fim do turno fixo.

05 de novembro de 2009 – começam as negociações com a Usiminas. Mesmo com todas as propostas feitas pela empresa rejeitadas em assembléias de trabalhadores, Castello Branco afirma em 04 de dezembro, em uma coletiva de imprensa, que a Usiminas vai aplicar a proposta da siderúrgica pagando um reajuste de 4,18% e abono de R$600,00 sete dias depois.

11 de dezembro de 2009 – o Sindipa protocola ação junto ao TRT, que garante prorrogação da data-base por mais 30 dias.

04 de janeiro de 2010 – o Sindipa instaura dissídio coletivo contra a Usiminas, que, mesmo nos tribunais, continua se negando a negociar com o sindicato.

12 de abril de 2010 – é anunciada a troca de comando da empresa, fato que é comemorado por trabalhadores e pelo sindicato.

30 de abril de 2010 – Wilson Brumer assume a presidência da Usiminas e as negociações são retomadas.

11 de junho de 2010 – após diversas reuniões, é fechado o acordo histórico entre Usiminas e Sindipa, fechando a Campanha Salarial 2009.

Conquista histórica

A alteração da jornada de trabalho implantada pela Usiminas provocou muito descontentamento entre os trabalhadores. Esta insatisfação, somada à fórmula gerencial do ex-presidente da empresa, fez com que o sindicato recorresse à Justiça para garantir a data-base, já que a siderúrgica insistia em não respeitar as decisões dos trabalhadores em assembléias.

Após oito meses de resistência e uma dura Campanha Salarial, o sindicato fechou um acordo com a Usiminas que pode ser, considerado histórico.

“Num momento difícil, onde famílias estavam sendo destruídas e os trabalhadores estavam sendo explorados, recebemos do companheiro Luiz Carlos, que conduziu praticamente todo esse processo, a orientação correta e precisa. Sua força, competência e trânsito no meio político tirou os trabalhadores e a empresa do caminho do desastre”, concluiu José Soares.

Por CRISTIANO MAGALHÃES
Assessoria de Comunicação Social
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE IPATINGA
www.sindipa.org.br