Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Movimento Sindical

Trabalho e capital entregam a Dilma manifesto pelo Desenvolvimento

As Centrais Sindicais e representantes empresariais do setor produtivo foram recebidos nesta terça, 15 de dezembro, às 15h30, pela presidente Dilma Rousseff.

O encontro, no Palácio do Planalto, em Brasília, marcou a entrega ao governo do manifesto “Compromisso pelo Desenvolvimento”, que reúne um conjunto de diretrizes para enfrentar a crise, tirar o País da recessão e retomar o desenvolvimento econômico em 2016.

O documento foi lançado dia 3, em São Paulo, em grande ato que teve a presença das Centrais, movimentos sociais e importantes entidades empresariais.

Para Miguel Torres, presidente da CNTM e da Força Sindical, estas medidas podem sim acabar com a estagnação econômica do País.

“Como representantes dos trabalhadores, nós estamos fazendo a nossa parte em propor saídas para a estagnação econômica. Atraímos para esta proposta entidades empresariais comprometidas com o desenvolvimento. Chegamos a um consenso mínimo, com as propostas reunidas no nosso Compromisso pelo Desenvolvimento. Ele representa a nossa alternativa à perspectiva de perda também do ano de 2016. Não aceitamos esta projeção. É possível mudar isso, tanto que trabalhadores e empresários estão convencidos de que essa possibilidade existe. Falta o governo entender”, diz Miguel Torres.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que neste momento de instabilidade política a iniciativa desta terça-feira ganha uma agenda positiva. “O que está acontecendo no Congresso Nacional dificulta a saída da crise que estamos enfrentando”, diz Juruna. Segundo ele, as centrais e setores do empresariado tiveram a percepção da necessidade de mudar o debate para a retomada do crescimento. “E deste esforço nasceu o compromisso pelo desenvolvimento com o objetivo de tirar o Brasil da crise através de propostas concretas”, explicou o dirigente.

Veja mais opinião de Miguel Torres
em entrevista ao portal BR 2 Pontos: 
 

BR: Mesmo com a crise política, dá para levar o Compromisso adiante?

MIGUEL TORRES: Há muitas pessoas, de todos os partidos políticos, há muita atenção sendo dada à crise política. Ela pode ser resolvida, toda essa gente está nisso. Da nossa parte, a preocupação é com a recuperação do emprego, com o resgate do crescimento econômico, que foi perdido, com a melhora das expectativas para 2016. Esse é o nosso assunto e o nosso foco: a economia e seu resgate o quanto antes. O Brasil não pode seguir ceifando empregos e matando a atividade econômica como aconteceu neste ano. Queremos superar essa etapa o mais rápido possível e voltar aos trilhos do crescimento.

BR: Como foi a reunião com a presidente Dilma?

MIGUEL TORRES: A presidente foi atenciosa. O ponto positivo foi o de ela ter chamado nova reunião conosco – repito, todas as centrais sindicais e as entidades patronais que compartilham dessa proposta – já para a próxima sexta-feira, outra vez no Palácio do Planalto. Isso mostra que ela irá considerar nossas sugestões.

BR: E o ponto negativo, qual foi?

MIGUEL TORRES: A presidente bateu na tecla de que precisa da aprovação da CPMF. Não estamos de acordo. Antes de impor mais esse tributo, o governo deveria estabelecer, finalmente, o imposto sobre grandes fortunas. Não há sentido em fazer o povo pagar pela crise quando os ricos ficam protegidos dessa mesma crise.

BR: O que contém o Compromisso pelo Desenvolvimento?

MIGUEL TORRES: Há um consenso mínimo entre trabalhadores e empresários, nesse momento, a favor da reativação de setores econômicos que têm grande potencial de emprego e de ativação de outras áreas. Achamos que os investimentos públicos precisam voltar a acontecer nas áreas da construção civil, que emprega milhares de trabalhadores, no setor de óleo e gás, que movimenta muitas outras áreas da economia, e no setor de infraestrutura, que abre gargalos no desenvolvimento. As propostas foram formuladas em diferentes reuniões a partir das centrais sindicais. Os empresários entenderam a importância e colaboraram com a proposta. A bola está no campo do governo. O que queremos é não deixar que 2016 seja igual a 2015, onde perdemos milhares de empregos e o País andou para trás. Precisamos seguir em frente.