A Força Sindical realizou nesta sexta-feira, dia 6, em São Paulo, uma grande manifestação de protesto contra a política econômica do governo, que vem penalizando a classe trabalhadora. Os manifestantes exigiram a aprovação da Pauta Trabalhista, aprovada no Estádio do Pacaembu em 2010, e que está parada no Congresso e no governo.
Mesmo debaixo de chuva, cerca de dez mil trabalhadores de diversas categorias, como estivadores, costureiras, metalúrgicos, texteis, trabalhadores das indústrias de brinquedos, da construção civil e da construção pesada, aposentados participaram do ato em frente o Banco Central, na Avenida Paulista.
Os trabalhadores saíram em passeata, às 10 horas, de três pontos de concentração: estação Paraíso do metrô, Avenida 9 de Julho/Praça 14 BIS e Masp, e foram em passeata até o Banco Central, onde foi realizado um ato.
Alerta
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, fez um alerta sobre o atual momento econômico que o País atravessa. “A política econômica está levando o País a uma situação muito perigosa. O dragão da inflação está voltando, mesmo com o governo segurança os preços da energia, insumos, combustíveis. Isso mostra que o ano que vem essa conta vai ter que ser paga, e quem paga o aumento é o trabalhador, com o seu emprego, seu salário, sua demissão. Para enfrentar essa situação só tem um jeito, é o trabalhador na rua. Nas eleições vamos dar o troco e mostrar que não estamos satisfeitos com esta situação”, afirmou.
Miguel lembrou, ainda, que o País não tem uma política de proteção à indústria nacional e que, sem proteção, “nossos empregosm vão embora e os importados entram, falindo as empresas. Esta é a hora do trabalhador se manifestar”, disse.
Juros e inflação Para o deputado federal Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, foi uma manifestação simbólica em frente o prédio do Banco Central, “onde ficam os burocratas que definem o aumento dos juros e param a economia”. Segundo Paulinho, o desemprego é quase generalizado, “devido a política econômica voltada para o sistema financeiro”.
Paulinho falou também sobre os gastos da Copa. “Não é uma Copa para o povo brasileiro. O Brasil paga a conta e os outros fazem a festa. Não somos contra a Copa, nosso problema é com a Dilma, que levou o Brasil a voltar a ter inflação, a ter desemprego. Nosso salário não compra o que comprava antes. Essa Copa custou bilhões, o governo não atendeu as reivindicações dos trabalhadores, entregou os portos aos amigos do rei, não deu aumento para os aposentados, não reduziu a jornada de trabalho. Este ato é para dizer que queremos mais salário, menos inflação”, disse.
João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Central, disse que os trabalhadores exigem mudanças na política econômica. “Temos de mostrar que os trabalhadores estão descontentes com o salário corroído e a inflação alta. Os atos são importantes para ajudar a colocar o País no rumo certo”, afirmou.
Rodnei Oliveira da Silva, presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, falou sobre a Lei dos Portos e a declaração da presidente Dilma na época que governo, trabalhadores e patrões estavam negociando a lei, de que haveria investimentos nos portos. “A presidente mentiu, não houve investimentos”, ressaltou.
Pressão O presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres, participou da manifestação e disse que a categoria quer negociar e voltar ao trabalho, “mas se não pressionamos não tem conquista. Se tem dinheiro pra Copa tem que ter para o trabalhador, tem que ter para o transporte”. Ele disse também que “a unidade das categorias é muito importante na luta sindical”.
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