Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Trabalhadores exigem que a Usiminas pare de demitir


O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista marcou para hoje um protesto, seguido de paralisação, na porta da Usiminas, em Cubatão (SP), para exigir que a empresa pare de demitir. Segundo o diretor do sindicato, Aldemir Alves, desde sábado passado (23) foram dispensados 312 trabalhadores.

 

A empresa informou que os desligamentos devem totalizar 810 até o próximo sábado (30). O número equivale a 6% do quadro total de funcionários. A meta é reduzir as despesas com pessoal a 10% dos custos totais.

 

Segundo o sindicalista o objetivo é conseguir que a empresa suspenda o programa de demissões em curso. Ele ressaltou que dificilmente será possível reverter as dispensas anteriores. “Amanhã vamos parar os ônibus na porta da empresa e chamar os trabalhadores para ficar paralisados até a empresa negociar”, disse Alves.

 

De acordo com a Usiminas, as demissões são necessárias devido a uma severa retração na demanda por produtos siderúrgicos. Atualmente as usinas operam com apenas metade da capacidade instalada.

 

A empresa afirma que os 516 desligamentos das usinas de Ipatinga (SP), Cubatão (SP) e da sede em Belo Horizonte (MG), resultantes de um Programa de Demissões Voluntárias (PDV) não foram capazes de suprir as necessidades da empresa.

 

Além dos valores determinados por lei, serão oferecidas gratificações financeiras para os demitidos. Segundo a empresa, os valores são: de 0,10 da remuneração por ano de trabalho, para os empregados com até 15 anos de empresa, limitado a 0,9 salário Para os empregados com mais de 15 anos de empresa, 1,8 remuneração.

 

Demissões

 

A Usiminas informou ontem, em comunicado, que 516 funcionários em duas usinas aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) da empresa, o que representa um número menor do que o exigido.

 

A empresa opera duas usinas brasileiras. Em Cubatão, no Estado de São Paulo, onde emprega 5,5 mil funcionários, e em Ipatinga, no Estado de Minas Gerais, onde existem 9 mil funcionários.

 

Um porta-voz da empresa disse que os cortes de empregos se devem à queda na demanda por aços planos no Brasil, que levou à interrupção temporária de três dos cinco altos-fornos – dois em Ipatinga e um na unidade Cubatão. Atualmente, a empresa opera com cerca de 50% de sua capacidade, que é de mais de 8 milhões de toneladas de aço por ano.

 

O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista faz hoje um protesto, seguido de paralisação, na Usiminas, em Cubatão, contra as demissões – que devem chegar a 1.326 até dia 30.