Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Trabalhadores da Volks-Audi decidem pela paralisação

São José dos Pinhais (PR): Sem proposta de reajuste,
trabalhadores da Volks-Audi decidem pela paralisação

Foto de André Nojima

Cerca de 3,5 mil metalúrgicos vão esperar negociação de braços cruzados

Em assembleia às 14h desta quinta-feira (03/09) os cerca de 3,5 mil  trabalhadores da Volkswagen-Audi de São José dos Pinhais (PR) decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado. Isso porque em reunião na tarde de ontem com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a direção da montadora não apresentou nenhuma proposta de reajuste à categoria, que tem data-base em 1° de setembro. Com isso, os funcionários vão esperar de braços cruzados que as negociações avancem. Os trabalhadores reivindicam 10% de reajuste (aumento real + reposição de 100% da inflação) e abono de R$ 2 mil já neste mês, além de elevação do piso salarial para R$ 1,5 mil. Hoje, o piso na empresa é de R$ 1.250,00.

Com a fábrica parada, SMC e Volks voltam à mesa de negociação às 14h desta sexta-feira, dia 4. “Esperamos que eles apresentem uma proposta digna, à altura da lucratividade que estão tendo. Os trabalhadores estão tendo que fazer hora extra todo sábado até o final de novembro para dar conta da produção. O setor automotivo brasileiro está batendo recordes históricos em vendas. O momento é altamente favorável”, afirma o presidente do SMC, Sérgio Butka.

O líder sindical disse que a montadora teve muito tempo para apresentar uma proposta. “Não estávamos avançando nas negociações com o Sinfavea (sindicato patronal) e por isso decidimos romper com eles e discutir o reajuste diretamente com a Volks. Só que eles também enrolaram. Os trabalhadores decidiram não esperar até sexta, pois entenderam que a Volks já teve tempo suficiente para apresentar alguma coisa. Se a proposta não surgir, a paralisação deve continuar”, prevê o líder sindical. Na fábrica de São José dos Pinhais são fabricados em média 840 veículos por dia, dos modelos Fox, Crossfox e Golf.

Renault também pode parar

Quem também pode entrar em greve a partir de amanhã são os cinco mil trabalhadores da Renault. Os metalúrgicos prometem paralisar as atividades se a montadora não apresentar uma nova proposta até o final do dia. Amanhã, às 5h30, o SMC realiza assembléia decisiva em porta de fábrica. Na última terça, os funcionários rejeitaram a primeira oferta da empresa: correção de 100% da inflação, R$ 1,5 mil de abono e 1% de aumento real referente uma negociação já fechada em 2008. Tudo isto em setembro.  Após recusaram a proposta, os metalúrgicos deram prazo até esta quinta para que a negociação avançasse. Os trabalhadores exigem 11% de reajuste, relativos a reposição integral da inflação, aumento real e 1% pendentes da negociação de 2008), além abono de R$ 2 mil.

Passo a passo da Campanha Salarial

03 de agosto – SMC debate pauta de reivindicações em Seminário de Planejamento Estratégico 

10 de agosto – Pauta de reivindicações é aprovada em assembléia na sede central do SMC

11 de agosto – Em assembléia em porta de fábrica, metalúrgicos da Volks-Audi, Renault e Volvo referendam pauta de reivindicações

18 de agosto – Definidas reuniões de negociação com o Sinfavea (sindicato patronal) para os dias 24 e 25 de agosto

24 de agosto –SMC e Sinfavea discutem calendário de negociações

25 de agosto – Assembléias em porta de fábrica decidem que negociações podem ser com Sinfavea, mas acordos tem que ser assinados por empresa

26 de agosto – Sinfavea aceita assinar acordos em separado

27 de agosto – Sem avanço nas negociações, SMC rompe com Sinfavea e começa a negociar empresa por empresa

31 de agosto – Em reunião com o SMC, Renault oferece R$ 1,5 mil de abono, 100% do INPC e 1% da data-base de 2008

1º de setembro – Assembléia na Renault rejeita proposta da empresa. Metalúrgicos dão prazo até 03/09 para negociação avançar

02 de setembro – Volks-Audi se reúne com o SMC, mas não apresenta nenhuma proposta de reajuste. Nova reunião é marcada para 04/09

03 de setembro – Em assembléia, metalúrgicos da Volks decidem não esperar reunião do dia 4 e entram em greve por tempo indeterminado

Texto: Guilherme Ochika – Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba