De 692 categorias, 641 tiveram ganho real em 2009
Eric Fujita
Mesmo com a crise econômica registrada no país no ano passado, o total de categorias que conseguiram reajustes iguais ou superiores à inflação subiu 4,56% no período. Uma pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que 641 segmentos tiveram reposição das perdas ou repasses com aumento real nos salários. Em 2008, esse número ficou em 613 áreas.
O levantamento foi feito com base em 692 categorias, que fecharam acordos coletivos até dezembro. Para o levantamento, o Dieese usou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Por outro lado, a quantidade de setores com reajustes abaixo da inflação caiu 35,44%. De um ano para outro, o volume de categorias com repasses menores se reduziu de 79 para 51.
Para o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado Oliveira, o bom resultado ocorreu devido à recuperação da economia motivada pelas medidas contra a crise, adotadas pelo Governo. Entre elas, está a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados para os carros novos, materiais de construção e eletrodomésticos da chamada “linha branca”.
“As iniciativas trouxeram retomada e influenciaram nos acordos fechados no segundo semestre, quando as categorias mais fortes negociam”, disse. Para Oliveira, o desempenho dos acordos deverá ser ainda melhor, em razão da expectativa da economia crescer 5%.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Tadeu Morais, destacou que o bom resultado ocorreu devido à mobilização durante a crise. A categoria conseguiu aumento real de até 3,67%.