A aprovação ontem de um reajuste salarial de 9%, estabilidade até a aposentadoria para portadores de doença ocupacional e uma possível mudança da data-base de novembro para setembro, a partir de 2011, colocou fim ao impasse criado entre trabalhadores metalúrgicos e a Embraer, em São José dos Campos, depois da decretação do estado de greve, na semana passada.
O reajuste de 9% será aplicado a salários de até R$ 8 mil. Para quem recebe acima desse valor, será aplicado um fixo de R$ 720. No início das negociações, a Fiesp propôs reajuste de 9% apenas para quem recebe até R$ 4.673, o que deixaria cerca de 60% dos trabalhadores de fora do benefício. “Os trabalhadores do setor aeronáutico mostraram, este ano, que iriam lutar até o fim por seus direitos. Esta mobilização foi decisiva”, afirma o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros da Silva.
A proposta também será submetida hoje à apreciação dos trabalhadores das empresas Latecoere, C&D, Aernnova e Alestis, que são fornecedoras da Embraer e reúnem 14 mil funcionários.
Em 2009, a Embraer e o setor aeronáutico não assinaram acordo da campanha salarial e aplicaram apenas a reposição da inflação aos salários. O caso foi levado para dissídio coletivo e será julgado hoje no Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas. (João Carlos de Faria)