Juliana Ennes | Do Rio
A taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas teve leve alteração na passagem de setembro para outubro, de 6,2% para 6,1%, a menor leitura já registrada em toda a série da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em março de 2002. Em comparação com outubro de 2009, quando o indicador marcou 7,5%, houve queda de 1,4 ponto percentual.
Das seis áreas pesquisadas, Salvador apresentou a taxa mais elevada, de 9,9%. O resultado, contudo, foi menos marcado que o apurado em setembro, quando a taxa de desocupação correspondeu a 10,3%. Na sequência, apareceu Recife (8%). Na casa de 5%, ficaram São Paulo (5,9%), Rio (5,7%) e Belo Horizonte (5,3%). Porto Alegre verificou a menor marca, de 3,7%.
O contingente de desocupados equivaleu a 1,444 milhão de pessoas em outubro, ante o 1,480 milhão de pessoas de um mês antes e o 1,753 milhão de pessoas do antepenúltimo mês de 2009.
Quanto à população ocupada, o grupo era de 22,345 milhões no mês passado, ante 22,282 milhões em setembro. Em outubro de 2009, o número de pessoas ocupadas estava em 21,505 milhões.
O levantamento do IBGE apontou ainda que o rendimento médio real habitual dos trabalhadores, apurado em outubro, de R$ 1.515,40, ficou estável no comparativo mensal, mas teve elevação de 6,5% perante outubro de 2009.
A taxa de desocupação este ano deverá ser menor do que nos anos anteriores, de acordo com o acumulado já registrado em 2010. “Podemos concluir, então, que este ano deve fechar com uma taxa mais baixa do que nunca, na série iniciada em 2002”, disse o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo. Em todo o ano passado, o índice de desocupação foi de 8,1%.
O mercado de trabalho havia sido afetado por causa da crise econômica e, segundo Azeredo, a taxa agora volta a se recuperar. “Já é possível ter noção do que vai ser o fechamento do ano. Foi o terceiro mês seguido de recorde de taxa baixa”, disse.
A média dos dez meses de 2010 está em 7%, isso sem incluir os meses de novembro e de dezembro, que registram historicamente taxas de desemprego mais baixas devido aos trabalhos temporários voltados para o fim do ano. No ano passado, de janeiro a outubro, a média ficou em 8,3% e, em 2008, antes da crise, foi de 8,1%.
O ano de 2010 vem mostrando recuperação da geração de empregos formais, com crescimento percentual superior ao registrado no número total de vagas. O número de postos de trabalho com carteira assinada cresceu 8,4% em outubro, em relação ao ano passado, mas o número de vagas sem carteira no setor privado caiu 0,7%, de acordo com dados do IBGE.
A maior alta percentual foi registrada no funcionalismo público, de 7,4%, em relação a outubro de 2009, mas, segundo Cimar Azeredo, se trata de um setor com menor peso em relação aos demais. Enquanto a população em idade ativa avançou 1,1%, a população ocupada registrou alta de 3,9%. Já os postos de trabalho com carteira assinada aumentaram 8,4%.
“O avanço com carteira assinada era de se esperar. Ano passado foi de crise, mas os empregos com carteira de trabalho não haviam deixado de crescer. Embora não houvesse geração de postos de trabalho substancial, houve alta com carteira assinada”, disse Azeredo.