O movimento sindical brasileiro está disposto a apresentar e debater propostas que garantam a geração de emprego e de renda e o desenvolvimento sustentável do País.
Mas não deixaremos de criticar as medidas que prejudicam a classe trabalhadora, a população brasileira e os interesses nacionais.
O salário mínimo, por exemplo, que é uma referência de renda para mais de 48 milhões de pessoas.
Anunciado pelo governo, o mínimo passou de R$ 954 para R$ R$ 998 a partir de 1º de janeiro de 2019. Inferior, portanto, aos R$ 1.006 aprovados pelo Congresso Nacional.
Parece pouco, mas não é! Estes R$ 8 a menos no salário mínimo representam uma perda por mês de R$ 351 milhões na economia do País. Por ano, incluindo o 13º salário, deixam de ingressar na economia R$ 4 bilhões e 576 milhões.
Nós, do movimento sindical, que fizemos diversas Marchas a Brasília, pressionando e conquistando a política de valorização do salário mínimo, não poderíamos deixar de apontar este erro do governo.
O salário mínimo é um importante instrumento de distribuição de renda, não pode ser reajustado para baixo, como fez o atual governo, e precisa ser valorizado permanentemente até alcançar o valor estimado pelo Dieese(*) como o necessário para sustentar com dignidade uma família de quatro pessoas.
Miguel Torres
presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
(*) Para o Dieese, em dezembro de 2018, o salário mínimo necessário era de R$ 3.960,57