O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes considera desastrosa a afirmação do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), de que o País precisa “caminhar no rumo da terceirização”. Que conceito é este de relegar o trabalhador e o valor da sua mão de obra? Sim, porque terceirizar é sinônimo de reduzir custos, e é isso que as empresas almejam, e não propriamente reduzir a informalidade.
Esta redução de custos passa pela redução dos salários, encargos, benefícios. A prática de terceirização que temos hoje é aquela em que as empresas querem melhorar desempenho econômico diminuindo custos a partir da redução de salários, de direitos e fragilizando a proteção sindical, conforme já sinalizou o Dieese. Abrir a terceirização para a atividade-fim é legitimar o processo de precarização do trabalho.
O projeto que está no Senado requer a abertura de negociação com as centrais sindicais para ser melhorado, sob o ponto de vista dos dois lados, e não de um só. Não dá pra votá-lo rapidamente sem as garantias que o trabalhador precisa, sob pena de estarmos contribuindo para o caos social. Se a intenção do ministro era agradar os empresários, conseguiu. Acho que ele esqueceu que, como servidor público, está lá para servir aos interesses do País e dos cidadãos, e não de uma classe.
O processo de perda de direitos trabalhistas vem sendo imposto de forma voraz e será agravado com a pretendida reforma trabalhista, também anunciada pelo ministro para este ano ainda.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos)