Trabalhadores protestam contra venda da Embraer para a Boeing.
Protesto cobrou do governo federal a defesa da soberania nacional e dos empregos
Trabalhadores de diversas categorias protestaram, na manhã desta terça-feira (26), em São José dos Campos, contra a venda da Embraer para a Boeing. A manifestação, organizada pelo Sindicato local, denunciou os efeitos negativos sobre os empregos da região e a soberania tecnológica do país.
O protesto começou em frente à portaria principal da Embraer, na Avenida Faria Lima, e percorreu cerca de dois quilômetros até o prédio administrativo da empresa. No local estava acontecendo a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos acionistas que iriam votar a venda da Embraer. Por fim, a operação foi aprovada.
Na AGE, o Governo Federal também manifestaria sua posição sobre a operação com a Boeing. Hoje terminaria o prazo para que o presidente Jair Bolsonaro vetasse a venda da empresa. O governo, no entanto, não participou da assembleia de acionistas.
Durante o protesto, os manifestantes denunciaram a contradição do governo Bolsonaro e dos militares, que dizem defender os interesses do Brasil, mas estão entregando ao capital estrangeiro as empresas brasileiras que têm papel fundamental para a economia nacional.
“O Brasil é um dos poucos países do mundo que dominam todo o processo de produção de uma aeronave. Com a venda da Embraer, vamos perder esta capacidade. Isso é ruim para a economia do país, para os trabalhadores e toda a população”, afirmou o presidente do PSTU de São José dos Campos, Toninho Ferreira.
“O governo Bolsonaro diz que coloca o Brasil em primeiro lugar, mas está colocando em primeiro lugar os interesses dos Estados Unidos, representado pela Boeing. Isso vai tirar do Brasil anos de investimento e acúmulo tecnológico e aumentar nossa dependência em relação aos Estados Unidos”, afirmou o representante da CSP-Conlutas, Altino Prazeres.
O representante do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Rodrigo Morais ressaltou a importância da unidade dos trabalhadores em defesa da Embraer. “Infelizmente, a classe política que comanda o país é entreguista de nosso patrimônio nacional. Por isso é fundamental toda solidariedade na defesa dos empregos”, afirmou.
“Nossa luta não termina com a decisão dos acionistas. Vamos continuar denunciando à sociedade os efeitos da venda da Embraer para Boeing, um verdadeiro crime lesa-pátria. Vamos tentar reverter este processo em todas as instâncias possíveis”, afirmou o diretor do Sindicato Herbert Claros.
Participaram do protesto: CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Sindicato dos Químicos de São José dos Campos, Sindicato dos Servidores Municipais de São José dos Campos, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba, Sindicato dos Condutores de São José dos Campos, Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de São José dos Campos, Apeoesp (Associação de Professores do Estado de São Paulo), Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas), Fórum de Lutas do Litoral Norte, Federação dos Servidores Municipais, PSTU, PSOL, o vereador de Jacareí Paulinho dos Condutores (PR) e movimentos sociais como o Luta Popular, MML (Movimento Mulheres em Luta) e MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-terra).
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br