Com a intransigência dos patrões, que não apresentaram até agora nenhuma proposta nas negociações da nossa campanha salarial deste ano, o Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí (SP) e região decidiu intensificar a partir de agora as mobilizações nas fábricas. A partir desta segunda-feira (27) passaram a ocorrer assembleiasdiariamente com trabalhadores nas principais empresas da base.
Na assembleia realizada com os trabalhadores na Sifco, o presidente do Sindicato, Eliseu Silva Costa, destacou as dificuldades das negociações com os grupos patronais. “Sou um dos cinco negociadores representando a Federação e os 54 sindicatos filiados. E o que temos visto é a choradeira de sempre dos patrões. Até agora não surgiu nenhuma proposta para repor sequer a inflação. E nós fomos bastante claros: exigimos aumento real”, avisou, lembrando que outros setores metalúrgicos do Estado com data-base em setembro ainda não fecharam campanha salarial. “Nós não vamos ficar reféns desses setores. A partir de agora vamos intensificar as mobilizações com assembleias e paralisações, chegando até à greve, se for necessário”, alertou.
Os trabalhadores na CBC também já estão mobilizados na luta pelo aumento real na campanha salarial deste ano. Na manhã desta terça-feira (28), o sindicato realizou assembleia na portada fábrica e já preparou os companheiros para a possibilidade de protestos a partir da semana que vem e, posteriormente, até de uma greve.
O presidente Eliseu destacou que, até setembro, o acumulado da inflação está em 5,94%. Com previsão do Banco Central de 0,49% em outubro, o total ficaria entre 6,35% e 6,37%. “Isso é inflação, e inflação não se discute, repor. O problema é o aumento real, que os patrões se recusam a conceder”, explicou. “Por isso é que estamos decididos: se até a semanas que vem não tivermos uma proposta decente, iniciaremos os protestos nas fábricas e, se for necessário, até paralisações”, acrescentou.
“Já temos um mês de negociações e os patrões só estão enrolando e se recusando a oferecer aumento real. Um dos argumentos deles era a eleição. Agora a eleição já passou. Não tem mais desculpa”, alfinetou.
Segundo ele, cerca de 35 mil trabalhadores estão mobilizados nessa campanha salarial na base do Sindicato, que inclui as cidades de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista.