O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes exibiu nesta sexta, 27 de outubro, o documentário “Cúmplices? A Volkswagen e a ditadura militar no Brasil”. O público presente ao auditório do Sindicato foi formado principalmente por trabalhadores metalúrgicos, diretores, assessores, assistentes e funcionários do Sindicato, com presença de representantes de outras categorias, militantes e ex-funcionários da Volks que sofreram perseguição polítca na época da ditadura.
O filme é uma produção alemã, dirigido por Stefanie Dodt e Thomas Anders, e narra o envolvimento da Volkswagen e de diretores da empresa com a repressão política. A exibição contou com a presença de Lúcio Bellentani, operário da Volks e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1972, aos 27 anos, Bellentani foi preso às 23h30, na ferramentaria (Pavilhão 8) da fábrica de São Bernardo.
Após o filme, o público conversou com Bellentani, que disse que a principal reivindicação do grupo de trabalhadores perseguidos é fazer com que haja uma reparação histórica da empresa. “Queremos que a Volks assuma a verdade sobre sua colaboração com a ditadura, na perseguição aos trabalhadores, e defendemos que esta terrível passagem da História do Brasil faça parte das aulas escolares, para que as novas gerações saibam o que ocorreu e defendam a democracia”.
“É importante que o trabalhador e a população em geral saibam mais sobre este período terrível da História do Brasil, o que foi a repressão, a perseguição ao movimento sindical e aos trabalhadores. É preciso relembrar, debater e defender o sistema democrático para que ditaduras não ocorram nunca mais no País. Precisamos conhecer e divulgar a nossa História”, diz Miguel Torres, presidente o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e vice-presidente da Força Sindical.