Foi realizada na segunda, 4 de setembro, na Câmara Municipal de Ouro Branco/MG, uma audiência pública com o tema “Segurança do Trabalho na Atualidade”. A audiência, iniciativa do vereador José Irenildo de Andrade, ocorreu um dia após a morte da terceira vítima do trágico acidente ocorrido na usina da Gerdau, no dia 15 de agosto.
Cosme Jesus da Cunha, secretário dos aposentados da Força Minas, lembrou que o movimento social há muito denuncia a falta de segurança no trabalho e condenou que o lucro esteja na frente da vida e da integridade das famílias.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco, Raimundo Nonato, também vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos da Força Sindical (FemetalMinas), lembrou que horas antes do acidente os sindicalistas alertavam sobre o risco da ocorrência de acidente naquela área da usina, fato que, lamentavelmente, veio a ser confirmado.
Vale destacar que a diretoria do Sindicato é composta por 48 metalúrgicos, dos quais 41 atuam na Gerdau Ouro Branco e 7 fora dela e todos conhecem bem a área.
Não faltaram alertas para a direção da Gerdau sobre os perigos que rondam o setor, mas, lamentamos que, em nome do lucro exorbitante, a segurança está sendo deixada de lado. O Sindicato cobrou da empresa o por quê de não possuir um setor de assistência social voltado para as necessidades dos empregados. Também condenou a siderúrgica por não empregar técnicos de segurança no trabalho e somente treinar trabalhadores para o desempenho da função.
Ernane Dias, presidente da FemetalMinas, declarou o pesar pelos acontecimentos que vitimaram três metalúrgicos. Ele acusou o capitalismo de suprimir a segurança no trabalho e indagou: “onde estão os técnicos e engenheiros de trabalho?” Indo além, perguntou “onde estão os auditores do Ministério do Trabalho e o Ministério Público?”
Revoltado, o líder metalúrgico questionou a ação do Ministério Público contra a atuação das entidades sindicais e demonstrou preocupação com o sucateamento do Ministério do Trabalho. Disse estar assustado com a vigência da reforma trabalhista, a partir de 11 de novembro do corrente ano. “No dia seguinte, os direitos trabalhistas e a organização sindical estarão mais fracos”, advertiu.