Miguel Torres é entrevistado por João Franzin para o Vídeo da Semana da Agência
Dia 17, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes inaugura, em sua sede, Mostra Fotográfica sobre a história da entidade, que completou 86 anos de fundação. O local é rua Galvão Bueno, 782, Liberdade, Capital. Telefones 3388.1062 e 3388.1003. A Agência Sindical vai cobrir as atividades relativas ao aniversário.
Nascido da soma de três associações de metalúrgicos, no início do século passado, o Sindicato foi fundado em 27 de dezembro de 1932. A data que vai abrir as solenidades, 17 de janeiro, é oficialmente o Dia do Delegado Sindical, em homenagem à memória do operário Manoel Fiel Filho, assassinado pela ditadura em janeiro de 1976, após sequestro e torturas.
Miguel – Na quinta (10), a Agência recebeu a visita de Miguel Eduardo Torres, que preside o Sindicato e também a Força Sindical. O dirigente afirma: “Todas as grandes lutas sindicais dos últimos 100 anos tiveram forte presença metalúrgica. A criação e o fortalecimento do Sindicato ampliaram nossa atuação institucional, sempre na vanguarda das lutas democráticas e cidadãs”.
O dirigente ressalta o papel do Sindicato na conquista da redução da jornada de trabalho. “Antes da Constituinte, já havíamos conquistado a jornada de 44 horas para nossa categoria”, ele conta. Segundo Miguel Torres, a entidade foi também uma das primeiras no sindicalismo a pleitear a volta das eleições diretas para Presidente, durante a luta pela redemocratização.
Dimensão – Favorecido pelas ondas de industrialização, o Sindicato dos Metalúrgicos da Capital chegou a ter 400 mil trabalhadores, em mais de 20 mil empresas. Miguel afirma: “O primeiro crescimento veio com a própria Revolução de 30, comandada por Getúlio Vargas, que buscava modernizar e industrializar o País. A segunda onda aconteceu com a política desenvolvimentista de Juscelino”.
Desafios – Ao completar 86 anos, Miguel Torres considera que um dos grandes desafios da entidade é a questão da desindustrialização. “De três anos pra cá, perdemos na base cerca de duas mil empresas”, aponta. Para o dirigente, iniciativas isoladas governamentais a favor da indústria, “na prática, não chegam aos trabalhadores, com mais e melhores empregos”.
Resistência – Nos últimos anos, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes foi linha de frente na resistência aos ataques a direitos. “Tenho dito que a luta faz a lei, com todas as dificuldades reais. Essa luta precisa ganhar ainda mais corpo, ante o avanço da direita”, ele comenta.
Miguel considera que Bolsonaro tende a radicalizar as reformas neoliberais pró-capital. E arremata: “Vivíamos no País em que os políticos prometiam, mas não cumpriam. O atual presidente promete e cumpre. O problema é que aquilo que ele cumpre prejudica a classe trabalhadora”.
Série – A Agência publicará outras matérias acerca dos 86 anos do Sindicato em nosso site, boletim eletrônico e redes sociais.
Mais informações: www.metalurgicos.org.br