Sindicato do Sul Fluminense envia jornalista para Ciclo de Debates da Força Sindical

Comunicação

23 out 2012

Comunicação

Visando aprimorar a comunicação com os trabalhadores metalúrgicos que representa, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Renato Soares, enviou a jornalista Fabiana Longo para participar do “Ciclo de Debates” realizado pela Força Sindical, no último dia 18, em São Paulo.

O tema desta edição do evento foi “Sindicalismo e Movimentos Sociais na Imprensa, Comunicação Sindical e Novas Mídias” e a mesa foi composta por grandes nomes da imprensa sindical: Altamiro Borges, jornalista do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; João Fanzin, jornalista e coordenador da Agência Sindical; Sérgio Gomes, diretor da Oboré; e Raimundo R. Ferreira, jornalista e diretor editorial da revista Retrato do Brasil. A mediação ficou por conta de Cristiane Alves, assessora de imprensa do sindicato dos metalúrgicos de Osasco e Região.

Altamiro abriu as falas descrevendo o cenário da imprensa golpista que domina atualmente o campo da comunicação. Explicou que quem paga as TVs abertas é a publicidade, que tem dois interesses: estimular o consumo e a individualização. Sem se sentir parte de um grupo, o ser humano não se interessa pela luta de classes e esse é um dos problemas que o sindicalismo enfrenta hoje em dia. Além disso, ele abre os olhos para a mudança do público: jovens e mulheres já são maioria entre os trabalhadores e esse público se interessa mais pelo debate de ideias que pela luta de classes em si.

João Frazin ressaltou a importância da inserção desses novos trabalhadores em sua classe, para isso é necessário fortalecer a memória sindical, além de adequar a linguagem ao público. É preciso que o trabalhador sinta pela publicação sindical o que ele não sente pelos grandes jornais: ele precisa se ver refletido no boletim. As publicações devem conter mais falas do trabalhador, mais fotos da base do sindicato – que é com quem o trabalhador convive no dia a dia – e menos fotos do presidente sozinho. Disse também que é fundamental que o diretor converse com o trabalhador quando vai entregar um boletim, pois além de fazer o controle de qualidade – saber se o trabalhador está gostando do boletim – ele também tem um papo franco com o trabalhador sobre o que está acontecendo na empresa. “Se você saiu para entregar um boletim e não voltou com mais dois na mente, então não fez um bom trabalho”, afirmou.

Sérgio Gomes lembrou da crise mundial de 2008, que, para ele, não atingiu o Brasil graças ao sucesso das campanhas salariais, que garantiram que o trabalhador mantivesse seu poder de compra e possibilitou que o Brasil segurasse sua economia com o mercado interno.

Raimundo reforçou a participação dos trabalhadores nas lutas e decisões sindicais. “Para toda luta é preciso ter um norte, se não existe um norte, não há vento que ajude!”, disse.

Quando o microfone foi aberto para das falas da plateia, a grande questão levantada foi o não reconhecimento do sindicato pelo trabalhador. Muitas vezes o trabalhador pega o boletim e não reconhece que foi feito pelo seu sindicato. Isso reforçou as falas da mesa sobre a importância do boletim refletir o trabalhador e da conversa dos diretores no momento da distribuição.

Fabiana aproveitou o microfone para convidar a todos para o evento que o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense realizará em 9/11, quando a morte dos trabalhadores Carlos Augusto Barroso, de 19 anos, Walmir Freitas Monteiro, 27 anos, e William Fernandes Leite, 22 anos, completa 25 anos. Eles foram mortos por militares na Greve de 88 da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda. “Muitos dos trabalhadores da CSN de hoje eram muito jovens ou nem eram nascidos durante a greve, a ideia do evento é estimular essa memória. Além dos trabalhadores, escolas da região também aprenderão mais sobre a história dessa greve”, explica Fabiana. A programação do evento ainda não foi fechada.

Com pouco mais de um ano de casa, é a segunda vez que a jornalista Fabiana Longo é enviada a São Paulo para um debate sobre comunicação sindical. Em março o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense enviou suas duas jornalistas e um de seus diretores para participarem do 2º Encontro de Comunicação Sindical, promovido pelo CNTM. “Nosso Sindicato entende a importância da constante atualização de seus profissionais e da comunicação com o trabalhador de forma atrativa e interativa”, ressalta Fabiana.