Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Sindicato decreta estado de greve na GM São Caetano do Sul

Em assembleia realizada ontem, 10/09, os trabalhadores da GM de São Caetano do Sul aprovaram por unanimidade a decretação de estado de greve e paralisação de 2 horas, tanto no período da manhã quanto da tarde, como resposta à intransigência e arrogância das empresas montadoras de automóveis que não se dispuseram a apresentar até agora na mesa de negociação uma proposta satisfatória com relação às nossas justas e legítimas reivindicações.

Estamos reivindicando repasse integral da inflação + aumento real, valorização do piso salarial, redução de jornada e manutenção e ampliação das atuais cláusulas sociais que constam da Convenção Coletiva de Trabalho.

Porém, até o presente momento o que se tem é apenas a reposição da inflação com base no INPC, de 4,7%. E ainda a ser aplicada de maneira escalonada para quem ganha até R$ 6.200,00. Acima disto o valor será ainda mais reduzido. O que é uma afronta, falta de respeito e nada representa tendo em vista a recuperação do poder de compra dos salários que, como todos sabem, está bastante reduzido.

O discurso patronal não se sustenta uma vez que as empresas montadoras representam o segmento produtivo com o mais alto índice de produtividade no país e o que mais recebeu ajuda e incentivos do governo como forma de evitar que a crise prejudicasse a produção.

O resultado não poderia ser outro senão o que estamos vendo e sentindo no chão da fábrica onde a produção de carros já alcança 50 unidades por hora e com mão-de-obra reduzida. Não podemos esquecer que esta era a produção de maio do ano passado quando existia na GM um efetivo de 1.600 trabalhadores a mais se comparado com hoje. Portanto, neste sentido estamos trabalhando muito mais do que em 2008.

Segundo Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do sindicato, “Está mais do que na hora de irmos à luta sem trégua para mudar em definitivo este lamentável quadro no qual as relações entre capital e trabalho caminham para se tornar algo em que apenas uma parte ganha enquanto a outra se sacrifica, sofre as sérias consequências dos intensos ritmos de trabalho e, no final das contas, lhe são oferecidas migalhas”.

Ainda de acordo com Cidão, “a negociação continua sendo importante, mas deve vir sempre acompanhada de intensa mobilização a partir do chão da fábrica, inclusive na perspectiva da greve, como resposta, caso as empresas insistam nesse jogo de empurra-empurra para não conceder aumento real de salário que é o que todos nós almejamos”.

Por isso, existem motivos de sobra para a decretação do estado de greve e, se na próxima reunião com o SINFAVEA (dia 11/09, às 14horas), não nos for apresentado uma proposta que vá ao encontro das nossas reivindicações faremos greve por tempo indeterminado já na segunda-feira, dia 14/09, a partir da zero hora.



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