O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense reuniu nesta quinta, 6 de agosto, em torno de quatro mil metalúrgicos da CSN na Passagem Superior.
Na assembleia, o Sindicato se comprometeu em estabelecer uma data limite para que a empresa se disponha a negociar, de fato, o acordo coletivo. Caso isso não ocorra, o Sindicato convocará uma assembleia oficial para declarar estado de greve.
“A assembleia de hoje não foi oficial. Então, vamos dar um prazo à CSN. Se eles não apresentarem uma contra proposta, faremos uma assembleia para propor o estado de greve”, afirmou Silvio Campos, presidente.
Silvio garantiu que não assinará acordo coletivo sem um reajuste. “Zero de aumento? Isso eu não assino de jeito nenhum. A crise é para todo mundo, não é o trabalhador que vai pagar essa conta sozinho”. Ele citou ainda o fato da Usiminas (Ipatinga) e Cosipa (Baixada Santista) terem apresentado uma proposta nesta semana: aumento de 6,3% mais um abono salarial de R$ 1.200. O sindicato de Ipatinga recusou em mesa de nego-ciação e 77% dos metalúrgicos da Baixada Santista também disseram não.
“A Usiminas e Cosipa estão passando por dificuldades piores do que as da CSN, que estão com dois altofornos e uma aciaria parados, e ainda conseguem oferecer uma proposta. Por que a CSN não? Isso mostra o descaso total da empresa com seu principal patrimônio, o trabalhador”, ressaltou o presidente.
Vários metalúrgicos na assembleia elogiaram a atitude sensata da direção do sindicato, no momento em que a empresa só está pensando no seu lucro. “Para nós, o sindicato tem sido bastante coerente neste momento de crise, com a sua política de preservar nossos empregos e, ao mesmo tempo, garantir nossos direitos na campanha salarial”, comenta o trabalhador.