Para o enfrentamento da crise econômica, que novamente ganha força, será necessária a solidariedade e a unidade entre os trabalhadores de todo o mundo, afirmou em seu discurso o secretário de Relações Sindicais da Força Sindical, Nilton Souza (o Neco), durante a abertura da 5ª Conferência Internacional da Força Sindical que reuniu cerca de 480 sindicalistas brasileiros e estrangeiros, na Colônia de Férias da Federação dos Comerciários, em Praia Grande (litoral sul de São Paulo).
“É muito importante a expressiva participação de delegações sindicais do mundo inteiro num encontro que tem como objetivo principal debater e encontrar soluções para o enfrentamento da crise que afeta os trabalhadores do mundo inteiro”, completou o sindicalista.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, reafirmou em seu discurso o descontentamento dos trabalhadores com o atual governo brasileiro. “Nós elaboramos uma pauta de reivindicações que foi entregue a presidente Dilma durante as últimas eleições, e até hoje nenhuma das reivindicações contidas nesta pauta foi aprovada pelo governo”.
Paulinho fez uma rápida explanação, aos companheiros internacionais, sobre a atual situação política, econômica e social que atravessa o país. “As medidas adotadas pela equipe econômica do governo tem sido perversas com os trabalhadores, arrochando os salários cada vez mais.”
Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários SP e tesoureiro da Central, demonstrou a satisfação em receber o encontro internacional. “Este local já foi palco de grandes decisões e importantes encontros nacionais do movimento sindical e hoje estamos aqui com centenas de sindicalistas do Brasil e do mundo inteiro para juntos fortalecermos ainda mais a luta por melhores condições para todos os trabalhadores”.
Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras e da Connacovest, falou da honra em participar de um encontro que envolve tantas experiências internacionais referentes ao mundo do trabalho. “Este intercambio será fundamental para o crescimento e amadurecimento da classe trabalhadora”.
A secretária nacional de Políticas para as Mulheres da Força Sindical, Maria Auxiliadora, lembrou que a situação das mulheres no ambiente de trabalho é ainda pior se comparada com a dos homens. “Diariamente as mulheres enfrentam condições desumanas no trabalho e devemos lutar por melhores condições de trabalho para as mulheres”.
Nair Goulart, enfatizou a importância de estreitar os laços de solidariedade e a união dentro do movimento sindical. “O momento que o país vive é especial e devemos ficar atentos para que os trabalhadores brasileiros não sejam penalizados mais uma vez por conta de uma crise econômica”.
Delegação internacional
Cerca de 80 dirigentes sindicais estrangeiros estavam presentes na abertura do encontro internacional. O tom dos discursos foi em torno da importância da unidade de ação dos trabalhadores do mundo inteiro para o enfrentamento da crise.
Victor Baez, secretário geral da Confederação Sindical das Américas (CSA), parabenizou o movimento sindical brasileiro pelos atos do dia 11 de julho. “Essa paralisação mostrou ao mundo quais são os anseios da sociedade brasileira. O movimento aprofundou a democracia no país e as conquistas sociais.”
José Del Valle, secretário Internacional da Croc México, lembrou que a entidade junto com a Força Sindical, iniciou os encontros internacionais para fortalecer a luta dos trabalhadores.
Jaime Arciniega, presidente da CSE Equador, ressaltou que para o sucesso da luta da classe trabalhadora é necessário se adaptar as necessidades atuais. “O diálogo é fundamental e estamos dando um grande passo com este encontro”.
Carlos Rodrigues, especialista OIT-ACTRAV Chile, acredita no sucesso das discussões para que os trabalhadores saiam deste encontro com propostas que contribuam para acabar com as situações degradantes encontradas no ambiente de trabalho em todo o mundo.
O presidente da Fedusa, da África do Sul, Koos Bezuidenhout, lembra que os problemas enfrentados pelos trabalhadores é o mesmo em todo o mundo seja qual for o país e juntos poderemos ampliar as conquistas.
Francisco Javier de Vicente, secretário internacional da USO, da Espanha, disse que hoje cerca de 6 milhões de pessoas estão desempregadas no país. “Espero voltar para o meu país com propostas que alimentem a esperança de dias melhores para os trabalhadores do velho continente. Esse é um desafio de todos”, enfatizou.
Zheng Jaheng, do departamento da Federação Nacional de Sindicatos da China acredita que essa troca de conhecimentos é uma grande oportunidade para aprender com as experiências de companheiros de outros países que conquistaram lutas em prol dos trabalhadores de seu país.
O presidente da CGT Colômbia, Julio Roberto Gomes Esquerra disse que é o melhor momento para realizar este encontro. “O sucesso da luta dos trabalhadores vai de encontro com a realização de eventos como este para e juntos enfrentarmos a crise.
Andre Thomas, secretaria Internacional da Força Ouvrieri da França, lembra que a unidade do movimento sindical foi fundamental para que as mobilizações no Brasil fossem realizadas. “Vamos enfrentar os desafios que teremos pela frente com uma só voz”.
Programação e Temas do Encontro
Os sindicalistas debatem a crise internacional, o desenvolvimento sustentável, o Trabalho Decente, os direitos sociais, a informalidade e a seguridade social.
Após a abertura do evento, dia 22, aconteceu o debate sobre “Crise internacional: análise, impactos e conseqüência para os trabalhadores” e “Processo de integração: importância, papel e inserção do movimento sindical e dos trabalhadores”.
O encontro entre brasileiros e estrangeiros continuou na terça-feira, 23 de julho. Pela manhã, os debates foram sobre “Desenvolvimento sustentável: análise e propostas para um modelo de desenvolvimento mais justo” e “Trabalho Decente: agenda hemisférica e diálogo social”.
À tarde, os dirigentes sindicais discutiram o “Papel e perspectivas de sindicalismo: análise, estratégias e propostas sindicais para enfrentar a crise e desafios dos trabalhadores” e “Sistemas de seguridade social e informalidade: análise, desafios e proposta para uma vida digna”.
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