Os sindicalistas foram unânimes em alguns pontos, entre os quais que o movimento sindical brasileiro deve passar por uma profunda reformulação e reassumir seu papel de protagonista nos debates em torno dos direitos trabalhistas e sociais.
Miguel Torres, presidente da Central , da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos, avaliou que uma autocrítica neste momento é fundamental para que o sindicalismo brasileiro possa se restabelecer para enfrentar a perseguição contra os direitos dos trabalhadores no atual governo e que vão se intensificar no governo que vai assumir a partir de 1º de janeiro de 2019.
Sobre a extinção do Ministério do Trabalho, Torres ressaltou a importância do Ministério do Trabalho e Emprego como órgão fiscalizador e como força atuante no equilíbrio das relações entre capital e trabalho. “Devemos defender a instituição Ministério do Trabalho e seu papel de protagonista nas relações entre capital e trabalho”, diz Torres o sindicalista que conclamou os sindicalistas para o ato do próximo dia 11 em frente à DRT, em São Paulo.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, destaca que as novas tecnologias ajudaram a enfraquecer a luta e a organização sindical: “O aumento da tecnologia nas fábricas ajudou a eliminar postos de trabalho e a organização dos trabalhadores.”
Juruna alerta que a reflexão neste momento deve também girar em torno do tipo de estrutura que queremos para o sindicalismo brasileiro. “As nossas formas de organização e mobilização devem acompanhar as mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho”. E deixou uma pergunta aos sindicalistas: “Que tipo de sindicalismo nós queremos?”.
O vice-presidente da Central, Antonio de Sousa Ramalho (construção), alertou que neste momento os esforços de todos devem ser dirigidos para buscar o caminho mais eficaz para continuar o enfrentamento à perseguição aos direitos trabalhistas.
“Uma das principais lutas do movimento sindical será manter a nossa estrutura para resistir à ofensiva do futuro governo, que tentará aprovar uma reforma da Previdência e uma nova reforma trabalhista”, destacou Sérgio Luiz Leite, Serginho, 1º secretário, que defende a aglutinação de forças para garantir a continuidade da luta pelos direitos.
Osvaldo Mafra, presidente da Força Sindical-SC, defendeu uma modernização urgente da relação entre sindicatos e trabalhadores. Já Sérgio Butka, presidente da instância estadual no Paraná, foi pragmático ao dizer que o movimento sindical não está morto: “Sairemos mais fortes ainda deste momento pelo qual atravessa o sindicalismo com uma postura séria na organização nacional da Central”.
Antonio Vitor defende que o Ministério do Trabalho deve resgatar a atuação forte, parceira e protagonista na luta contra a recessão e pela retomada do crescimento econômico do País.
Cláudio Magrão, secretário-geral da Federação dos Metalúrgicos SP, disse que não haverá uma reestruturação do movimento sindical se for dado um passo para trás: “Temos de recomeçar a nossa luta e trazer a base para essa batalha”.
José Pereira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e secretário nacional de Formação da Força Sindical, afirmou que “apenas com seriedade e muita coerência será possível realizar uma reestruturação e continuar a luta com protagonismo”.
Neuza Barbosa (Alimentação) e Carlos Augusto dos Santos (Carlão), secretário-geral da Força Sindical-SP, defendem uma nova maneira de se comunicar com as bases e fortalecer a relação com os trabalhadores.
Monica Veloso Lourenço, vice-presidente da CNTM, alerta para o novo modelo de sociedade que está se estruturando em nosso país e a necessidade de o movimento sindical se atualizar às mudanças: “Nossa meta agora é traçar um novo caminho para resgatar a força do movimento sindical na luta pelos direitos”.
A sindicalista destaca que “o movimento sindical deve definir os novos rumos a fim de construir uma relação forte com a classe trabalhadora e dar continuidade à luta por direitos e por uma vida digna para todos”.
FONTE: Assessoria de Imprensa da Força Sindical
Fotos: Jaélcio Santana