Valor Econômico – de São Paulo
Os sindicalistas veem o cenário do mercado de trabalho como extremamente favorável às reivindicações salariais. “É o melhor momento da década”, resume o presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres, para quem há espaço para os sindicatos conseguirem aumentos expressivos acima da inflação no segundo semestre. Ele lembra que categorias muito fortes e organizadas têm data-base na segunda metade do ano, como os metalúrgicos do ABC e de São Paulo, químicos, comerciários e petroleiros.
No primeiro semestre, trabalhadores do setor de construção obtiveram reajustes reais bastante elevados. Os da construção pesada em São Paulo conseguiram 3,32% acima da inflação, segundo números da Força Sindical. Outras categorias que vivem momento não tão aquecido tiveram reajustes menores, mas também acima da inflação. O ganho real do sindicato dos trabalhadores de carro-forte e escolta armada ficou em 1,2%, o dos farmacêuticos, em 1,66% e o do setor de brinquedos e instrumentos musicais, em 1,69%, todos nas bases de São Paulo.
“Há muitas empresas em que os trabalhadores fazem horas extras e há falta de mão de obra em vários setores”, diz Torres, para explicar seu otimismo quanto à perspectiva de reajustes expressivos este ano. Para ele, o bom momento também possibilita que os sindicatos incluam na pauta outras reivindicações, como a questão da redução da jornada de trabalho para 40 horas. (SL)