Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Foi encerrada nesta quinta-feira (09), a negociação da Campanha Salarial da Mitsubishi, data-base 2023/2024. O slogan deste ano foi: “Chegou a hora da onça beber água”. Após inúmeras reuniões com a direção da empresa, os trabalhadores aprovaram a última proposta apresentada. Entre as principais conquistas, reajuste de 24.5% no vale-alimentação (o chamado “Cestão”), que chegará a R$ 800, com pagamento em novembro, vale-alimentação dobrado no Natal (“Cestão” de Natal), totalizando R$ 1,6 mil e 5% de aumento salarial, a partir de 1º de janeiro. Outro benefício importante negociado foi um abono especial de R$ 1,5 mil, com pagamento em 31 de novembro.

O presidente do SIMECAT, Carlos Albino, considera que essa foi uma das melhores campanhas, devido aos resultados conseguidos. Ele destacou o reajuste salarial, que apesar de ter sido de 5%, foi um ganho real. “Nas últimas campanhas não houve conquista de aumento real, portanto abrimos a porteira a nível nacional. Mais uma vez, a gente sai com uma vitória”, afirmou o sindicalista.

Albino também destacou o avanço na negociação do vale-alimentação, chamado nessa Campanha Salarial, de “Cestão”. “Nós avançamos quatro anos em um. Sempre houve reposição no vale-alimentação, mas pouco além da inflação. Conseguimos um reajuste de 24.5%, porque fizemos a empresa entender que o trabalhador sente o peso quando vai ao supermercado. Foi um gás para o trabalhador que terá o aumento do vale-alimentação já em novembro e em dezembro, vai poder ir ao supermercado com o dobro do valor, comprando sua cervejinha, seu refrigerante, seus alimentos no Natal, com fartura em sua mesa”, comemorou.

O acordo ainda prevê a manutenção do banco de horas e revisão do plano de cargos e salários dos cargos operacionais, sendo que já está sendo concluído a revisão da Pintura e da Manutenção, e na sequência, Body Shop, Montagem, Motores, Almoxarifado e demais áreas com atividades operacionais, com conclusão prevista para seis meses. “Isso é o fim do famoso buraco negro, que tanto pedimos para que fosse solucionado, pois tem trabalhador que entra hoje na empresa e ganha praticamente o mesmo valor, de um trabalhador que está lá há oito, dez anos. É uma reivindicação que fazemos há mais de cinco anos. Não só quem está no buraco negro será beneficiado, mas também quem já tem algum tempo de empresa, sem nenhum reajuste, além do que é conseguido na data-base. Portanto, é mais uma vitória que temos que comemorar”, afirmou Carlos Albino.

O presidente do SIMECAT aproveitou para ressaltar o posicionamento da atual direção da Mitsubishi, que mesmo em um ano de retração de vendas, não paralisou atividades e não praticou demissão em massa, como em outras montadoras. “A direção da empresa mudou muito e tem diálogo e respeito com os trabalhadores e com o sindicato. Mesmo enfrentando um momento delicado, com o pátio lotado de veículos, foi a primeira negociação que fizemos e que na mesa não houve ameaça de demissões. A empresa tem tentando sobreviver às adversidades, sem paralisar produção, sem demissão de trabalhadores em massa e tem planejamento futuro. Isso é um passo importante”, pontuou.

Quanto à contribuição assistencial, Carlos Albino explicou que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional a instituição, para todos os empregados de uma categoria, ainda que não sejam sindicalizados, desde que assegurado o direito de oposição. “A assembleia é soberana, sem necessidade de o trabalhador autorizar por escrito o desconto, como antes, mas mesmo assim, pode haver oposição e esse direito será respeitado, porém eu acredito que com uma vitória dessa, o trabalhador vai levantar a mão para o céu e agradecer a Deus e ao nosso sindicato que lutou tanto por isso. Estamos confiantes que é um momento diferente para os sindicatos, que buscam retomar sua sobrevivência e agradecemos também aos nossos sócios por estarem conosco há tanto tempo, porque se não fosse por eles, já teríamos fechado as portas”, concluiu o presidente do SIMECAT.

A negociação fechada também prevê avanços em relação ao plano de saúde:

• parcelamento dos descontos de coparticipação da Unimed aos colaboradores que solicitarem, quando ultrapassar o valor de R$ 300, em até cinco parcelas (cientes de que em virtude do parcelamento, os valores a serem descontados serão acumulativos);
• Não desconto de coparticipação do plano de saúde para as despesas médicas e filhos com autismo e síndrome de down, aplicável também aos colaboradores e dependentes que fazem tratamento de câncer.

Lara Cristina Alves

(Assessoria de Imprensa SIMECAT)