Mesmo após intensas negociações com a John Deere, o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) não conseguiu evitar as 150 demissões anunciadas pela empresa, porém, conseguiu garantir um abono para cada pai de família que ficará desempregado. Os desligamentos representam cerca de 20% da fábrica.
Cada trabalhador demitido receberá R$ 3,8 mil de abono e dois meses de plano de saúde, além do acerto trabalhista. Dos 150 que serão dispensados do setor de produção, 12 aderiram ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) até o momento. Hoje, o PDV foi reaberto para os interessados em aderir ao programa. A previsão é de que a lista com os nomes dos demitidos seja divulgada na quinta-feira (23).
Desde o anúncio das demissões, o SIMECAT se posicionou absolutamente contra e tentou negociar outros caminhos, mas a empresa se mostrou irredutível. O presidente do SIMECAT, Carlos Albino, afirma que não participou da decisão dos desligamentos, apenas mostrou força de vontade e empenho para tentar diminuir o impacto das demissões. “É uma situação muito triste para os companheiros e para o sindicato também. Anunciar essas demissões foi o momento mais difícil na minha trajetória como dirigente sindical”, lamenta.
O Sindicato agora articula com empresários e empresas de recursos humanos do município para reencaminhar os trabalhadores para o mercado de trabalho. O problema também deve se agravar no próximo mês, pois a multinacional norte-americana já adiantou que mais 100 trabalhadores devem ser desligados, mas o SIMECAT ainda vai se reunir com a direção para discutir a situação.
Em nota divulgada, a John Deere alega que em agosto seu relatório comunicou previsões de queda de 15% nas vendas da indústria de máquinas agrícolas na América do Sul, em relação aos altos índices atingidos em 2013. Além disso, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), pelo menos 44 usinas fecharam na região Centro-Sul do país nos últimos tempos, uma demonstração do momento de crise pelo qual o setor canavieiro passa desde 2008.