Produção de aço bruto atingiu os 3,19 milhões de toneladas; demanda mais forte continua a ser o impulso da construção civil
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria siderúrgica brasileira bateu um novo recorde de produção de aço no mês de julho. Segundo dados divulgados ontem pelo IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), a produção nacional alcançou 3,198 milhões de toneladas de aço bruto. A nova marca da siderurgia nacional bateu o recorde anterior, obtido no mês de dezembro de 2007, quando o conjunto das usinas brasileiras produziu 3,01 milhões de toneladas.
Mais uma vez, a indústria da construção civil, puxada pela construção habitacional e as obras de infra-estrutura, turbinou as encomendas. Em julho, a produção de aços longos, principal produto para a construção civil, cresceu 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando os 974,2 mil toneladas, número que também é recorde.
No acumulado, a expansão da demanda da construção civil elevou em 12% o volume de aço comprado de janeiro a julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados do IBS, o volume alcançou os 6,36 milhões de toneladas.
Demanda forte
Há uma preocupação do mercado em relação à capacidade das siderúrgicas em atender a forte demanda do mercado interno. O IBS distribuiu ontem os dados de julho, mas não fez declarações sobre a real capacidade da indústria siderúrgica de suportar o atual ritmo de crescimento.
“Não tenho observado nenhum tipo de problema no abastecimento do mercado brasileiro”, antecipou-se Melvyn Fox, presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).
Parte da indústria siderúrgica que atende o mercado da construção civil é representada pela Abramat. Segundo Fox, a indústria da construção cruza um ciclo muito forte de demanda, o primeiro em mais de vinte anos.
A perspectiva dos fabricantes de material de construção do setor é fechar 2008 com um crescimento em receita de 18% -ou R$ 92,4 bilhões.
A alternativa para atender a atual demanda, incluídas as siderúrgicas, foi reduzir a participação no mercado externo e redirecionar a produção para o mercado local.
(AGNALDO BRITO)