Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Serviço perde trabalhador para área de construção

Salário mais competitivo faz profissional menos qualificado mudar de setor

FOLHA de S.PAULO

Se falta mão de obra, os salários têm aumento maior. Jardineiros confirmaram essa teoria no ano passado.

A área de asseio e conservação (que inclui ocupações como faxineiros e jardineiros), porta para ingresso no mercado de trabalho, tem perdido alguns de seus profissionais para a construção civil, por exemplo.

As duas exigem pouca qualificação profissional, mas a segunda oferece salários mais competitivos, compara o presidente do Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo), Moacyr Pereira.

A área de conservação tem piso de R$ 690 em São Paulo. Serventes e contínuos, cargos que não demandam formação profissional, recebem ao menos R$ 910,80, segundo o Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil).

Em busca de melhor remuneração, profissionais também se deslocam para o empreendedorismo informal, de acordo com Pereira.

“O setor de serviços flutua, mas tem salvado a economia, sendo o maior empregador em 2011”, afirma Luigi Nese, presidente da CNS (Confederação Nacional de Serviços).

O segmento foi o que criou mais postos de trabalho no ano passado. Foram 925 mil, de um total de 1,94 milhão no país, segundo o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

SENTIDO CONTRÁRIO

Nas ocupações de produção, o maior responsável pelos reajustes abaixo da média foi a desaceleração da indústria, reflexo imediato da crise financeira, assinala Tadeu Moraes, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

Torneiros mecânicos são o símbolo desse cenário. Os profissionais foram os que tiveram o menor aumento salarial entre os trabalhadores da produção em 2011 -, com alta de 3,2%, de acordo com levantamento realizado pelo Datafolha (leia mais no quadro ao lado).

Para Moraes, o aumento salarial conservador, contudo, não representa perda de postos de trabalho. A automatização, completa ele, não tem substituído a mão de obra do segmento.

“As empresas se modernizaram e os trabalhadores [do setor], como os torneiros mecânicos, fizeram cursos de qualificação para operar máquinas”, diz o sindicalista.