Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Semana deve ser agitada com juros e inflação

Banco central dos EUA faz sua última reunião do ano

DA REPORTAGEM LOCAL

Os próximos dias trarão uma série de eventos econômicos relevantes. Nos EUA, um dos destaques será a última reunião do Fed (o banco central do país) de 2008 para definir os juros americanos. No Brasil, os investidores conhecerão a ata do encontro do Copom da semana passada.

A semana começa com a divulgação dos dados da produção industrial norte-americana de novembro e do uso da capacidade instalada. Esses dados são muito relevantes para investidores e analistas avaliarem como anda a indústria dos Estados Unidos.

Amanhã promete ser o dia mais agitado da semana para o mercado financeiro. Primeiro haverá a apresentação do CPI (índice de preços ao consumidor dos EUA). A expectativa é que o índice de novembro apresente recuo de 1,2%. Com a economia americana em retração, a inflação se tornou um problema menor neste momento.

“Em meio ao aprofundamento da piora das condições econômicas, o comitê de política monetária do Fed deverá reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto, para 0,5%, na sua última reunião do ano. Os analistas esperam que o juro básico se mantenha em 0,5% até junho de 2009”, afirma Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.

“Os indicadores econômicos mais recentes mostram que a recessão poderá ser mais profunda e longa do que se esperava inicialmente, com as famílias e as empresas enfrentando as maiores dificuldades em décadas”, diz.

Na quarta-feira, é a vez de a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) concentrar as atenções. O mercado espera que a organização anuncie corte em sua produção. Na semana passada, o petróleo foi pressionado com a expectativa dessa possível redução.

No dia seguinte, a divulgação dos indicadores antecedentes -índices que apontam as tendências futuras da economia norte-americana- e os pedidos de seguro-desemprego chamarão a atenção, podendo mexer com o mercado.

“A agenda econômica apresenta como destaques os dados de inflação e a decisão sobre a taxa básica de juros americana. Mas a expectativa sobre o plano para ajudar as montadoras de automóveis deve seguir dando o tom dos mercados nos próximos dias”, afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.

Juros

A divulgação, na quinta-feira, da ata do último encontro do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) de 2008 será um evento muito importante para o mercado brasileiro. O documento trará explicações sobre os motivos que levaram os integrantes do Copom a optar por manter a taxa básica Selic em 13,75% anuais.

Como parte do mercado financeiro contava com a redução da Selic para 13,50%, as explicações da ata são muito aguardadas pelos investidores.

“Parece inevitável a queda da Selic na reunião de janeiro de 2009. E uma queda de 0,50 ponto, seguida de outras do mesmo tamanho”, afirma José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

“Mesmo a volatilidade da taxa de câmbio, ainda elevada, reflete em parte a incerteza global, de modo que não deve se perpetuar como justificativa para uma taxa de juros que não é capaz de atrair capitais, gera custo fiscal desnecessário e punição da atividade”, diz o economista.

Segundo a mais recente pesquisa semanal do BC feita com o mercado, a expectativa é a de que a taxa Selic esteja em 13,25% no fim de 2009.