Na última quarta-feira (15), a Frente Sindical Contra as Reformas promoveu uma aula pública para debater com trabalhadores e a comunidade sobre as Reformas Trabalhista e Previdenciária que avançam no Congresso Nacional. A iniciativa teve a intenção de alertar a população para os riscos que os projetos representam, principalmente, para a classe trabalhadora. A ação aconteceu no auditório da ACIC/CDL e foi mediada por um analista político. Aproximadamente 100 pessoas participaram da atividade.
As reformas trabalhista e previdenciária, se aprovadas como se encontram, representarão mais retrocessos sociais do que avanços. Os efeitos negativos para a sociedade serão avassaladores. A reforma trabalhista é o Projeto de Lei – PL 6.787/16. A finalidade do projeto é retirar direitos dos trabalhadores para baratear o custo da mão de obra no Brasil.
Segundo o jornalista, analista político e assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Marcos Verlaine, a Reforma Trabalhista tem objetivos claros de acabar com a Justiça do Trabalho e o Direito do Trabalho ede tornar os sindicatos irrelevantes. Ele lembra que enquanto empregado, a defesa de emprego e renda é feita pelos sindicatos. Quando o trabalhador está fora da empresa, a defesa é feita pela Justiça do Trabalho. “Ou seja, podemos afirmar que a classe trabalhadora ficará vulnerável, sem segurança e proteção legais”, explica.
Já a Reforma da Previdência é a Proposta de Emenda à Constituição – PEC 287/16 e vai impedir que a maioria do povo brasileiro consiga se aposentar. A proposta do governo fixa idade mínima de 65 anos para requerer aposentadoria e eleva o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos. Para assegurar o recebimento do valor integral, o trabalhador terá que contribuir por 49 anos. “A reforma se resume em maior idade para se aposentar, com tempo de contribuição maior e o valor do benefício menor”, garante o analista político.
As reformas propostas, na verdade, são contrarreformas. “Elas visam aniquilar os direitos dos trabalhadores para melhorar o ambiente de negócios para a classe empresarial”, afirma Verlaine. A Frente Sindical defende que a luta para impedir que as reformas sejam aprovadas não é uma demanda somente dos sindicatos, mas sim do povo brasileiro. São mudanças que vão impactar nos trabalhadores assalariados, nos mais pobres, e, consequentemente, no País como um todo. Para os dirigentes sindicais, o cenário desolador só vai mudar se a população se unir, ter consciência e força.
Além da aula pública, a Frente Sindical planeja outras ações como panfletagem no município, mobilização em porta de fábrica, publicação de vídeos em redes sociais, e, principalmente, pressão na bancada goiana na Câmara dos Deputados, em Brasília, cobrando uma postura em defesa da classe trabalhadora.
No sudeste de Goiás, fazem parte da Frente Sindical o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT), Sindicato dos Comerciários de Catalão (SindCom), Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Catalão (SindTransporte), Sindicato Metabase e Sindicato dos Motoristas Cegonheiros de Goiás (SMCEG). Em nível estadual, participam a Federação dos Metalúrgicos de Goiás (FEM-GO), a Federação dos Trabalhadores Químicos do Centro-Oeste (FEQUIM) e a Força Sindical Goiás.
Por Juliana Barbosa – Assessoria de Imprensa SIMECAT