Miguel Torres. Foto: Jaélcio Santana
“A previsão de que os planos de saúde familiares e individuais terão um reajuste de 13% (4 vezes a inflação) e de que os planos coletivos terão um reajuste ainda maior, além de preocupante, é mais uma notícia a demonstrar que a situação não está nada fácil para a sociedade brasileira neste período de crise e desgoverno no país.
Os donos destes planos agem como abutres, tratando a saúde como um produto qualquer, por pura ganância, de olho apenas nos lucros exorbitantes, sem noção alguma de civilidade e respeito às pessoas e aos direitos humanos dos brasileiros.
Além de ficarem abusivamente cada vez mais caros, os planos privados de saúde costumam não repassar os reajustes para os prestadores de serviços, médicos e hospitais, prejudicando a qualidade dos serviços oferecidos aos usuários.
Tudo isto merece ser equacionado. Mas o que esperar de um governo que drasticamente congelou por 20 anos os investimentos sociais e um Congresso Nacional formado em sua maioria por porta-vozes do mercado? Nada!
Precisamos de um presidente e de parlamentares que resolvam esta questão, coibindo os abusos das empresas privadas de plano de saúde e, mais além, que acatem a reivindicação dos movimentos sindicais e sociais em defesa de um sistema público de saúde, gratuito, universal e de qualidade para todos os cidadãos. Se a Constituição Federal diz que “saúde é direito de todos e dever do Estado”, exigimos que o Estado cumpra este dever”.
Miguel Torres
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), vice-presidente da Força Sindical e líder do movimento Brasil Metalúrgico.