Eli Teixeira
Após dizer que concorda com o reajuste para os aposentados aprovado pela Câmara dos Deputados, o presidente do Senado, José Sarney, ponderou nesta quarta-feira (5) a um grupo de sindicalistas que a rapidez da votação do Projeto de Lei de Conversão 2/10 dependerá dos líderes partidários. O texto, proveniente da Medida Provisória 475/09), concede aumento de 7,72%, retroativo a janeiro, aos aposentados e pensionistas do INSS que ganham mais de um salário mínimo.
No encontro com representantes de centrais sindicais e de associações de aposentados, Sarney observou que existem duas medidas provisórias na frente, ambas com prazos de votação já no limite. Por isso, elas têm prioridade de votação.
– Tudo depende dos líderes – disse Sarney, salientando que só um acordo partidário impedirá que as oposições continuem sua obstrução seletiva de votações.
Na liderança do grupo de cerca de 30 pessoas, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), sugeriu que Sarney tentasse colocar a matéria em votação “já na semana que vem”. O senador Paulo Paim (PT-RS) também participou do encontro.
Depois da reunião, Paulo Pereira disse ter certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá vetar o reajuste dos aposentados, por causa das eleições deste ano. Ele sugeriu que Lula, “ao invés de conceder incentivos às empresas”, deveria “dar aumentos aos aposentados, que trazem mais benefícios à população e à economia”.
O senador Paulo Paim é de opinião que os senadores, “pela lógica”, também aprovarão a parte da MP 475/09 que acaba com o ´fator previdenciário´, pois eles já concordaram com a extinção deste mecanismo em outra proposta, de sua autoria, a qual foi remetida à Câmara. Ele reafirmou as críticas que costuma fazer ao ´fator´, pois ele reduz em até 30% os valores das aposentadorias do INSS para os trabalhadores mais novos.
Paim informou que vai procurar os líderes partidários para defender a aprovação do substitutivo da MP 475/09 com rapidez, sem mudanças. Ponderou que mudanças no seu texto podem levá-la novamente ao exame da Câmara. No entanto, disse acreditar que a parte não modificada “poderia ser enviada à sanção do presidente da República”.
Fonte: Agência Senado