Anay Cury
Com o corte da Selic (taxa básica de juros) na semana passada, que poderá fazer com que os grandes investidores do país prefiram a poupança aos fundos de investimento, o governo estuda mudanças no cálculo do rendimento da caderneta.
O governo ainda não anunciou o que poderá ser feito, mas, de acordo com especialistas, é possível que a equipe econômica defina um percentual acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ou do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para alterar o rendimento da caderneta de poupança.
“Eles podem usar qualquer índice de preço, mas é importante que sejam divulgados até o último dia útil de cada mês”, disse José Dutra Vieira Sobrinho, vice-presidente da OEB (Ordem dos Economistas do Brasil).
Outra possibilidade seria o governo utilizar a Selic no cálculo do rendimento, em vez da TR (Taxa Referencial), como ocorre hoje.
Em nota, a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) afirmou que considera oportuno o debate sobre os critérios de definição de rentabilidade da caderneta e que ela deverá continuar sendo “um instrumento de investimento tradicional e popular”.
De acordo com a Força Sindical, os trabalhadores se posicionam contrariamente a qualquer política que reduza os rendimentos da caderneta de poupança. “O governo federal precisa garantir os direitos dos pequenos poupadores e incentivar a poupança para financiar os programas habitacionais, entre outros”, afirma.