EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
Representantes das concessionárias de veículos usados assinaram ontem com o governo um acordo de manutenção de empregos em troca de uma linha de crédito de R$ 400 milhões. O dinheiro será utilizado como capital de giro por essas revendas. Serão R$ 200 milhões do FAT e outros R$ 200 milhões do Banco do Brasil.
Segundo o presidente da Fenauto (federação das revendedoras), Ilídio Gonçalves, a medida deve beneficiar 42 mil concessionárias, que empregam 600 mil pessoas.
O prazo de financiamento será de 24 meses, com taxa de juros de 11,206% mais TJLP de 6,25% ao ano.
A nova linha de crédito já havia sido aprovada na última reunião do Codefat (Conselho Deliberativo do FAT), em 11 de fevereiro. Ontem, foi assinado o acordo de manutenção dos empregos.
“Esse é o primeiro documento do gênero que nós estamos assinando depois desta crise”, disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
O ministro afirmou que a linha de crédito poderá ser ampliada. Afirmou, no entanto, que o setor de carros usados já está se recuperando, puxado pela melhora nas vendas de carros novos. “A venda do [carro] zero vai fazer com que também se recupere a [venda] do carro usado”, disse Lupi.
O ministro afirmou também que os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de fevereiro devem mostrar uma recuperação do emprego formal em outros setores da economia. Em dezembro, o número de vagas fechadas alcançou o patamar recorde de 650 mil. Em janeiro, foram 100 mil vagas a menos.
O ministro afirmou que o governo continua vendo com atenção as empresas que dependem mais das exportações e não descarta medidas de ajuda para esse setor.