Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Reunião entre CSN e Metalúrgicos do Sul Fluminense acaba sem definição

A reunião de ontem entre diretores de RH da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Renato Soares, e dirigentes da entidade, encerrou sem nenhuma definição. Depois de cerca de três horas de reunião, ficou definido apenas um novo encontro para terça-feira, às 15 horas, também no Hotel Bela Vista. O encontro de ontem, às portas fechadas, teve como objetivo discutir medidas emergenciais para a empresa não precisar demitir por causa da crise econômica internacional.

Segundo o presidente do sindicato, durante a reunião os representantes da empresa insistiram em discutir os quatro itens apresentados á entidade, nesta semana, que são banco de horas extras, a volta do turno de oito horas, redução de benefícios e licença remunerada com redução salarial. Só que mesmo antes da reunião, o sindicalista havia garantido que esses pontos seriam recusados, como foram. Soares disse que desses quatro pontos, somente o banco de horas foi aceito para ser discutido.

O presidente do sindicato voltou a declarar que não abre mão dos direitos conquistados pelos trabalhadores. Enquanto isso, a CSN se recusou também a discutir as dez propostas apresentadas pelo sindicato, como programa de demissão incentivada (PDI) e de demissão voluntária (PDV), incentivos à aposentadoria de quem já tem tempo suficiente para solicitar o pedido, além de hora extra e adicionais, férias coletivas e concentradas.

As medidas, segundo o sindicalista, evitariam as possíveis demissões pretendidas pela CSN.

O presidente do sindicato lembrou ainda que a CSN ameaça demitir três mil empregados e reduzir entre 70 e 80% o volume de serviços das terceirizadas. As demissões, segundo Renato começariam ainda este mês com 1, 2 mil e mais 1,8 mil, em janeiro. Disse também que o sindicato fez uma contraproposta, que prevê um plano de demissão incentivada. Soares declarou que o sindicato aceita discutir medidas emergenciais, que vigorariam pelo prazo de três meses, para não interferir na data-base dos metalúrgicos, em 1º de maio.

Para Soares, o processo de demissão pretendido pela CSN é prematuro, já que a empresa continua faturando. O sindicalista disse que dessa forma, a CSN prova mais uma vez que é a empresa problema da região. Isso porque, de acordo com ele, nenhuma outra anunciou demissões. “A empresa está tirando proveito da crise para levar vantagem em cima dos trabalhadores. Mesmo assim estamos otimistas”, disse, lembrando que um mês e meio de crise não justifica o que a CSN quer fazer.

Após a reunião com a CSN, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos se reuniu na sede da entidade para fazer uma avaliação do encontro.

Audiência

Preocupado com o que pode acontecer com os trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e empreiteiras, o bispo diocesano, Dom João Maria Messi, decidiu enviar um oficio ao presidente da Companhia, Benjamin Steinbruch, com a finalidade de marcar uma audiência para tratar sobre a questão. Dom Waldir justificou que o objetivo da Igreja é apresentar opinião sobre a situação e aguardar que a CSN tente uma boa negociação com os empregados.

O bispo declarou que a Igreja não tem nenhum poder sobre a indústria e o capital, mas a quer estabelecer um diálogo para que a companhia priorize o bom senso ao tomar qualquer tipo de decisão em relação às demissões. Dom Messi lembra que ninguém tem o direito de interferir nas decisões da empresa, mas quando o assunto é demissão que pode deixar centenas de pessoas desempregadas, a questão se torna problema de todos.

Construção civil também sem acordo

O Sindicato da Construção Civil e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) Cimentos ainda não chegaram a um acordo. Em reunião na manhã de ontem, a empresa ofereceu novas propostas, mas de acordo com o presidente da entidade, Djair Martins, ainda não são as que a categoria deseja.

Na reunião de ontem, foram discutidos dois itens divergentes entre as partes: o índice de reajuste salarial e o valor do benefício do cartão-alimentação. Na ocasião, representantes da CSN Cimentos fizeram novas propostas para ao sindicato: reajuste de 100% do acumulado do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses, que daria um reajuste de 3,13%, com o desconto de 4% que foi antecipado em junho, e se propôs no acordo coletivo a possibilidade de discussão sobre o banco de hora. Com relação à reivindicação do sindicato sobre o valor do cartão-alimentação de R$ 100 por mês e um adicional de R$ 200 no mês de dezembro, o presidente da entidade contou que a empresa declarou que irá conceder.

Para apresentar essas propostas aos trabalhadores foi marcada uma assembléia segunda-feira, na sede do Sindicato da Construção, às 18 horas.

Djair salientou que houve avanços na proposta de reajuste, mas ainda não é o que a categoria reivindica. “Mantemos a nossa proposta. Os trabalhadores é que irão decidir durante a assembléia, mas ainda não são as propostas desejadas”, informou.

Fonte: A Voz da Cidade