IPCA será conhecido na sexta; EUA terão livro bege.
A semana contará com a divulgação de dados econômicos relevantes, que podem mexer com o mercado financeiro, tanto aqui como no exterior.
O evento mais importante nos Estados Unidos vai ser a apresentação do livro bege, que é uma compilação de dados da maior economia do mundo, que ocorrerá na tarde de quarta-feira. Como analistas e investidores estão com muitas dúvidas em relação ao futuro da economia americana, o documento pode mexer com os negócios no mercado financeiro.
Na semana passada, a apresentação do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, que cresceu no segundo trimestre a uma taxa anualizada de 3,3%, acima das previsões, deu esperanças ao mercado de que a economia norte-americana pode não estar tão fraca como o temido.
Na quinta-feira, as decisões dos bancos centrais europeu e da Inglaterra sobre as suas taxas de juros serão aguardadas com expectativa. Apesar de o mercado esperar que as taxas não sejam alteradas, surpresas não são descartadas. Na zona do euro, os juros básicos estão em 4,25% anuais. Na Inglaterra, a taxa é de 5% ao ano.
“A agenda para a semana está carregada. Importantes indicadores de atividade e inflação serão divulgados no Brasil e no exterior. Segunda-feira [hoje] é feriado do Dia do Trabalho nos EUA, por isso os mercados em geral devem ficar mais mornos”, diz Marco Antonio Saravalle, da Coinvalores.
“Mas ressaltamos que a Bolsa brasileira está trabalhando em forte correlação com os preços futuros das commodities. Por isso, apesar da agenda carregada, a oscilação das principais matérias-primas poderá ser decisiva para o bom desempenho do mercado acionário local”, afirma Saravalle.
Inflação
Na agenda brasileira, um importante destaque é a divulgação do resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto, que está marcada para a sexta-feira. A expectativa é que o índice de preços fique em torno de 0,30% no mês. Em julho, o índice apontou uma elevação de 0,53% nos preços.
Como o IGP-M de agosto apresentou deflação de 0,32% na semana passada, não será surpresa se o IPCA ficar abaixo das projeções.
O IPCA, que é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é o índice de preços que o Banco Central utiliza para acompanhar sua meta de inflação. Assim, um alívio nesse índice pode ajudar a abreviar o atual processo de elevação da taxa básica de juros da economia, a Selic, que está em 13% anuais.
O mercado conta com elevações na taxa básica brasileira ao menos até o fim do ano. A projeção do mercado é que a taxa Selic esteja ao menos em 14,75% em dezembro. O Copom (Comitê de Política Monetária) iniciou o atual ciclo de alta da Selic em abril deste ano, como forma de tentar conter a ameaça inflacionária.
Enquanto os brasileiros conhecem o IPCA, os americanos irão ter acesso aos dados do mercado de trabalho. Esses indicadores incluem a taxa de desemprego no país que, espera-se, fique estável em 5,7%.
“Para a semana, acreditamos num cenário mais ameno, iniciando com baixo volume, devido ao feriado nos EUA, e com os dados de ISM e o livro bege devendo trazer volatilidade aos mercados”, afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
O instituto ISM vai divulgar na terça o nível de atividade da indústria, e, na quinta, o resultado do setor de serviços.
