Quando entrei para a diretoria do Sindicato, o primeiro departamento que assumi foi de Saúde e Segurança no Trabalho. Aprendi muito nessa tarefa e penso que consegui fazer um bom trabalho de conscientização dos companheiros e também no combate às más condições de trabalho.
Com o tempo, aquela luta, que era focada mais no combate a acidentes, evoluiu e hoje o sindicalismo empunha a bandeira do Trabalho Decente. Ou seja, emprego de qualidade, com respeito a direitos, à integridade do trabalhador e à sua condição humana e cidadã.
Nosso Sindicato sempre manteve o trabalho de base ligado às condições de saúde e segurança no trabalho. O Departamento, hoje, é dirigido pelo companheiro Nildo Queiroz, que promove cursos, seminários, encontros de cipeiros, participa de eleições de Cipa, faz palestras em Sipats, enfim, tem uma dedicação firme e contínua à causa.
Fico feliz em ver essa atuação reconhecida. Reconhecimento manifestado agora na eleição de Nildo à presidência do Diesat – departamento do sindicalismo que estuda as questões de saúde e segurança no trabalho e dá suporte às entidades de classe. Nildo reúne conhecimento, experiência e muita disposição de trabalho.
A notícia negativa, infelizmente, vem de setores do governo e do patronato, que desejam mudar a redação da NR-12 – Norma Regulamentadora das atividades com maquinário. O sindicalismo levou cerca de 10 anos para aperfeiçoar essa NR. E esse aperfeiçoamento ajudou a evitar muitos acidentes, mutilações e mortes.
Os acidentes de trabalho são uma chaga no setor produtivo brasileiro. Setores mais lúcidos do empresariado compreendem a importância da prevenção e do treinamento, mas em muitos lugares as condições de trabalho são terríveis. De 2011 a 2013, os acidentes com máquinas mataram 601 trabalhadores. O custo gerado com esse tipo de acidentes é estimado em R$ 56 bilhões por ano.
A eleição de Nildo à presidência representa uma chance de fortalecimento do Diesat. Ao mesmo tempo, a entidade poderá massificar a bandeira da prevenção e ajudar a desmontar a ofensiva de setores patronais que pregam o capitalismo selvagem. Estou certo que o conjunto do movimento sindical cerrará fileiras em torno dessa causa.
O Brasil fala muito em modernidade, e o movimento sindical apoia essa ideia. Mas a modernidade não pode ser apenas uma alavanca para os interesses do capital. Não construiremos um País justo desorganizando as leis e medidas de proteção ao trabalho. Ao contrário. A valorização do trabalho e o respeito à vida dos trabalhadores são fundamentais para o progresso, o desenvolvimento e a justiça social.
Parabenizo Nildo, saúdo o empenho do Diesat e reafirmo que não aceitaremos mexer na NR-12 ou em outras normas que protegem a integridade e a vida do trabalhador.
José Pereira dos Santos
Presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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