Na posse da diretoria do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo e Mogi – posse sem ostentação com traje “esporte sindical”, mas expressiva pelos dirigentes sindicais presentes e pelos delegados sindicais de empresas da base e suas famílias – um lema estava escrito em um grande painel: A luta faz a lei!
Este lema deu força à intervenção do presidente empossado, Miguel Torres e transformou-se rapidamente em uma palavra de ordem mobilizadora.
Acredito que com o sucesso da resistência unitária dos metalúrgicos no curso de suas campanhas salariais e da agenda para o mês de setembro (dia 12, reunião da CNTM; dia 14, protestos e greves; dia 21, eleição dos delegados sindicais em Curitiba; dia 29, plenária nacional) o lema se transformará em um verdadeiro brado de desobediência civil, de afirmação dos poderes sindicais dos trabalhadores: A luta desfaz a lei!
O sucesso da campanha metalúrgica será medido pela capacidade dos trabalhadores de não acatarem a famigerada lei da deforma trabalhista, garantindo a vigência de suas convenções coletivas e avanços na pauta unificada a partir das melhores cláusulas negociadas em cada um dos sindicatos pelo Brasil afora com suas táticas mais eficazes.
Para os sindicatos dos metalúrgicos – e também para todos os sindicatos que querem resistir – aparecem com força quatro eixos nos quais se estruturam suas ações.
O primeiro eixo é o da unidade de ação, garantia estratégica para o êxito. Esta unidade deve ser reforçada nas bases, nas diretorias e entre as entidades evitando-se quaisquer afrontamentos escandalosos e extemporâneos.
Outro eixo é o da manutenção de todos os serviços atuais dos sindicatos, evitando-se o desmanche da ação sindical e medidas intempestivas de “cortes burros”.
O terceiro eixo é o de uma sindicalização forte, com metas definidas em cada uma das entidades, conjugando-se a campanha de sindicalização com a oferta de serviços e produtos aos trabalhadores, requeridos por eles.
E, finalmente, o quarto eixo é o das campanhas salariais propriamente ditas que, como já foi dito, devem se estruturar em torno das melhores cláusulas negociadas pelos sindicatos e garantir resultados, até mesmo aumentos reais de salários.
O empenho de luta dos metalúrgicos cria sua própria dinâmica e se acelera (violando a Física) com a resistência manifestada.