“Os metalúrgicos e metalúrgicas de Santo André e Mauá estão preparados para novas vitórias em 2011. Por que? Porque soubemos honrar as esperanças de nossas famílias, de nossa comunidade e, principalmente, de todos os companheiros e companheiras da nossa categoria que transformaram, todos os dias do ano, lutas em vitórias e em esperanças de um 2011 que todos merecemos.
Começamos o ano, em fevereiro, com a mobilização em Brasília pela jornada de 40 horas semanais. Era importante a gente marcar posição junto aos políticos num ano eleitoral. Hoje temos cacife, principalmente, depois da vitória de Dilma Rousseff para a presidência, para pressionar o Congresso Nacional com mais sucesso em 2011. Pois com a aprovação das 40 horas semanais vamos conseguir a abertura de mais de 2 milhões de novas vagas.
Em março, a luta continuou para todos nós. Com as campanhas em fábricas, as assembléias permanentes e muita negociação conseguimos um dos mais expressivos PLR para nossos bolsos e para nossas famílias. Por isso, no Primeiro de Maio fizemos questão de ir para o grande evento da Força Sindical pois tínhamos o que comemorar.
No mês de maio, além do Dia das Mães que comemoramos com muita alegria, realizamos o Primeiro Encontro de Cipeiros porque sabemos que temos que atuar com firmeza para proteger a vida dos nossos companheiros e companheiras na labuta diária. E que se deixarmos por conta dos patrões, apenas, aumentam os riscos de acidentes.
Criamos, em junho, a Agenda da Classe Trabalhadora e finalizamos as negociações em torno da PLR e transferimos para os bolsos de nossas famílias mais de R$ 30 milhões. Ou seja, mantivemos sempre nossa estratégia de bater na tecla da mobilização política e, ao mesmo tempo, transformar a mobilização em ganhos salariais.
Entramos em agosto, o segundo semestre de um 2010 que nos levava também para a reta final das eleições presidencial, de governadores, deputados federais, estaduais e senadores com a mobilização em defesa dos empregos dos 100 mil companheiros e companheiras da ferramentaria. Mobilização necessária diante da importação em larga escala de auto-peças e componentes e que significava, para nós, a ameaça de desemprego em massa em função do risco de falência para as empresas que operam no setor.
Estávamos, portanto, mobilizados e preparados para a grande jornada da Campanha Salarial 2010 que nos ocuparia em setembro, outubro e novembro.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, junto com sua diretoria e o apoio direto das bases nas fábricas, conquistou 9% de reajuste e negociamos com as empresas de nossa base (Santo André e Mauá) os melhores abonos salariais de nossa história de lutas continuadas.
Estamos satisfeitos? Claro que não. Estamos, sim, preparados para novos desafios em 2011. Queremos mais salários, o controle da rotatividade através da assinatura pela presidente Dilma Rousseff da Convenção 158 da OIT. Queremos elevar os pisos salariais. Precisamos de instaurar melhores condições dentro das fábricas, para reduzir acidentes, melhorar a alimentação e o transporte.
Mas temos em 2011, com a posse de Dilma Rousseff, a primeira presidenta eleita no Brasil, a renovação das nossas esperanças de um Brasil mais justo, com mais distribuição de renda e respeito aos direitos trabalhistas, duramente conquistados.
Porque Dilma Rousseff herda o patrimônio do governo do presidente Lula e herda também a nossa confiança e esperança no Brasil que lutamos tanto para merecer”.
Por Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.
Texto enviado por Andressa Besseler
Jornalista