João Guilherme Vargas Netto – consultor de entidades sindicais de trabalhadores
As comemorações brasileiras do 1º de Maio 2023 deveriam ter como eixo a oportunidade de avanço civilizatório com o anúncio presidencial do novo valor acrescido do salário mínimo e a apresentação de uma proposta de política permanente para sua valorização.
Repetiria-se no Brasil da atualidade a relação histórica entre as manifestações e comemorações do 1º de Maio que se afirmaram no mundo inteiro no século passado como ocasiões de luta pela redução da jornada de trabalho; aqui, este ano, trata-se de avançar na valorização do salário mínimo.
De todas as bandeiras a serem agitadas no 1º de Maio, cumprindo a pauta da CONCLAT 2022, as reivindicações do mínimo e de sua política têm um alcance primordial.
Trata-se do cumprimento da promessa de Lula e, ao apresentar ao Congresso Nacional a proposta da política permanente de valorização do salário mínimo o movimento sindical testará a real correlação de forças parlamentares a seu favor na Câmara e no Senado.
Ambas as iniciativas interessam a milhões de trabalhadores, formais, informais, aposentados e pensionistas, configurando-se como já foi dito anteriormente a maior negociação de salários do mundo e até o período Temer-Bolsonaro a maior vitória sindical dos trabalhadores brasileiros no século XXI, com as marchas à Brasília e as negociações com Lula e Dilma.
Ao lutar pela valorização do salário mínimo nas comemorações unitárias do 1º de Maio o movimento sindical brasileiro contribui para que esta data – a única verdadeiramente universal, conforme o testemunho de José Luiz Del Roio – adquira relevância inconteste.