SÃO PAULO – A inflação medida pelo IPCA deve acumular variação 6,1% em 2008, conforme a projeção central da autoridade monetária contida no Relatório Trimestral Inflação relativo a setembro, elaborado pelo Banco Central (BC). A estimativa supera em 0,1 ponto aquele contida no relatório anterior, de junho, quando a autoridade monetária esperava IPCA de 6% para o acumulado deste exercício. A projeção deixa para trás o centro da meta definida pelo governo, de 4,5%, e se aproxima do teto – que é de 6,5%, já considerada a margem de tolerância de 2 pontos percentuais.
O cenário de referência considerado pela autoridade monetária nessas projeções inclui manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano e taxa de câmbio constante em R$ 1,80 – posição em que se encontravam após a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom). No relatório de junho, quando projetou IPCA de 6% para este ano, a taxa de câmbio usada nos cálculos foi de R$ 1,65.
A estimativa feita com base no cenário dos analistas de mercado ficou em 6% na projeção central, sem mudança na comparação com o documento passado. No cenário usado pelo mercado financeiro, a Selic chegaria a uma média de 14,13% anuais e a taxa de câmbio atingiria R$ 1,65 por dólar no último trimestre de 2008.
” A ligeira elevação da projeção no cenário de referência se deve essencialmente à elevação das expectativas de inflação para o ano corrente e para o próximo, desde a divulgação do Relatório de junho – movimento este que teria sido mais intenso na ausência de uma postura firme por parte da autoridade monetária ” , descreveu o BC no documento.